Uma Descida aos Abismos da Loucura

No cenário sombrio e aterrador de Ninguém Sai Vivo Daqui, o diretor André Ristum nos conduz por corredores escuros entre almas atormentadas. Baseado em eventos reais ocorridos no século passado no hospital Colônia, no Brasil, o filme mergulha na crueldade e no desespero que permeavam essas paredes, criando um ambiente de horror visceral.

Elisa: Prisioneira da Razão

A jovem Elisa é lançada ao abismo sombrio do hospital psiquiátrico Colônia, forçada pelo próprio pai a adentrar aquele maldito reduto de almas atormentadas. A razão de tal destino cruel? Elisa ousou desafiar os tirânicos ditames de uma sociedade machista, engravidando de seu amado nos opressivos anos 70. Ali, no hospício, um antro de tormentos inomináveis e sofrimentos inauditos, residem os desafortunados que se recusam a dobrar-se à tirania do conformismo. Nesse inferno terreno, a sanidade é devorada pelas sombras, e a razão evapora-se como o escarlate líquido da vida, que escorre sem piedade pelo gélido chão de cimento, num espetáculo de horror e desespero.

Abusos e Lutas Desesperadas

Elisa e seus colegas, igualmente internados injustamente, enfrentam um inferno cotidiano. Torturas, abusos e a sensação de estar aprisionada em um pesadelo sem fim corroem suas almas. A luta pela liberdade se torna uma batalha contra a própria insanidade, enquanto os corredores ecoam com gritos e sussurros de desespero. O ambiente se transforma em um campo de batalha onde a esperança é uma chama trêmula prestes a ser extinta.

A Fotografia Macabra

A fotografia do filme, em tons sombrios e contrastes preto e branco, reflete toda agonia dos personagens, como se a vida perdesse a cor. Cada cena é como um quadro mórbido, com sombras que parecem se mover em paredes imundas que sussurram em agonia por auxilio, como as paredes macabras do próprio inferno. O espectador é arrastado para o abismo junto com Elisa, sentindo o frio das pedras e o odor da insanidade.

A Loucura nos Olha

“Ninguém Sai Vivo Daqui” é uma odisséia profundamente perturbadora, uma viagem pela dor e pelo sofrimento que desce às profundezas mais obscuras da mente humana. A loucura não é meramente uma presença; é uma entidade sinistra que nos observa, nos atrai para o abismo de sua escuridão implacável. Este filme, distribuído aos espectros pela Gullane+, emergirá nos cinemas brasileiros em 11 de julho de 2024. Prepare-se para uma experiência em que a sanidade se dissolve como fumaça ao vento, e os gritos de desespero reverberam eternamente, como ecos de um tormento interminável.

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