Em Robô Selvagem, após Roz acordar e conhecer sua nova vida, ela começa a interagir com as criaturas da ilha, como um pequeno ganso que, ao ver a máquina pela primeira vez, a adota como mãe, fazendo com que Roz se adapte para cuidar dele e ensiná-lo a viver.
Além de Lupita Nyong’o no papel principal, o elenco conta com Pedro Pascal (The Last of Us), no papel da raposa Fink, Catherine O’Hara (Schitt’s Creek), como a gambá Pinktail,Bill Nighy (Simplesmente Amor) no papel do ganso Longneck, Kit Connor (Heartstopper) como Brightbill e Stephanie Hsu (Tudo em Todo o Lugar ao mesmo Tempo), no papel de Lontra. Mark Hamill (franquia Star Wars) Matt Berry (franquia Bob Esponja), e Ving Rhames (franquia Missão: Impossível).
Com um visual riquíssimo e uma história comovente, Robô Selvagem promete emocionar e tirar boas lágrimas. A construção de toda a narrativa foi claramente metódica e bem elaborada. Uma robô e vários animais de uma ilha selvagem, parecem duas coisas sem relação, porém ambos teriam a própria “programação”: ela a virtual, e eles a biológica. É uma metáfora muito linda, sobre cada um ter a própria individualidade e que podemos ser além do que supostamente fomos feitos para sermos. Ao observar um android desobediente, um pato diferente como os outros e uma raposa simpática, fica a reflexão: todos dizem o que devemos ser, mas essa é a nossa história.
Achei muito interessante que, apesar de ser uma animação, foi mostrada a real “face” da floresta: perigosa e com seres mais perigosos ainda, uma verdadeira luta pela sobrevivência. A chegada da Roz na ilha não foi fantasiada só porque era um desenho. Isso atribuiu muito mais força para a construção da história e da evolução de todos os personagens, inclusive a dela.
A química do trio – da raposa, do robô e do pato – foi muito bem construída. A amizade criada entre a Roz e Fink, partindo unicamente de interesses egoístas do animal traiçoeiro, se tornou algo tão bonito de se ver. Foi muito legal como o filme valorizou isso, do início ao fim, e foi interessante ver a proposta de uma raposa “gente boa”. A relação maternal da robô com o Bico-Vivo foi para lá de emocionante. Uma máquina que não deveria sentir nada, mas sente amor por um animal que nem ela entendia. Tem como não cair aquela lágrima do rosto? Novamente indo contra a programação: uma robô que é mãe, uma raposa humilde, e um pato amigo de um predador.
Todos os personagens tiveram um ótimo arco de desenvolvimento, entretanto, gostaria de dar um destaque para a construção da Roz. Inicialmente, um objeto que só estava à disposição para servir e que, mesmo com todo o conhecimento do mundo, não conseguia sentir emoções. Porém, foi muito bem esboçada a forma como vai deixando clara a “humanização” dela. Também foi muito bonito de se ver como ela, vista como um monstro e uma aberração, ainda quis ajudar os outros. Isso mostra que o poder da benevolência é algo da nossa essência, e não programado.
Portanto, a história da animação foi muitos bem construída e o arco dos personagens é cativante. Robô Selvagem promete tirar boas risadas, mas principalmente lágrimas. Uma história emocionante com uma grande metáfora. Nós podemos ir além do que fomos feitos?. O filme em breve entrará em cartaz, mas a pré venda já está disponível no Ingresso.Com.