Após o sucesso estrondoso de Beastars, a mangaká Paru Itagaki retorna com uma nova obra ousada e perturbadora: Ushimitsu Gao. Longe do drama animal antropomórfico que a consagrou, Itagaki mergulha no sobrenatural, no psicológico e no erótico com uma proposta original que já está despertando debates fervorosos entre os fãs — principalmente entre os chamados “beartars”, aqueles que defendem a complexidade emocional e o simbolismo social das obras da autora.
Um terror íntimo com toques de humor ácido e crítica à masculinidade
Ushimitsu Gao acompanha Megumi Sano, uma dona de casa de 33 anos que vive um casamento frio e marcado por silêncios. No entanto, tudo muda quando ela descobre que um fantasma passa a frequentar seu quarto — todas as noites, às 3h03 da madrugada. Mas esse espírito não assusta; ele observa, silenciosamente, suas interações com o marido, criando uma atmosfera de voyeurismo e desconforto que vai além do clichê do horror.
A obra mistura gêneros como romance psicológico, drama erótico e horror cotidiano, usando o elemento sobrenatural como catalisador para discutir temas como repressão sexual, solidão no casamento, voyeurismo e perda de identidade — com um toque bizarro e quase cômico que só Paru Itagaki sabe dosar.