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Checkpoint: Borderlands e a popularização do looter shooter

Checkpoint é uma coluna quinzenal que analisa diferentes franquias do universo dos jogos. A franquia examinada da quinzena com seus quatro jogos será Borderlands.

Borderlands deu início a uma das maiores franquias do mundo dos jogos. Desenvolvido pela Gearbox Software e publicado pela 2K, Borderlands é uma crítica contundente ao capitalismo, envolta em um humor ácido e insano, onde a morte está sempre à espreita, acompanhada por créditos.

O jogo se propõe como um looter shooter. A ideia central da jogabilidade é obter novas e melhores armas enquanto o personagem evolui e sua build é construída. Com o tempo, Borderlands enraizou os parâmetros do gênero looter shooter, do qual é amplamente reconhecido como o responsável pela popularização.

Ao adentrar o universo de Borderlands, o jogador encarna um caçador de recompensas em um mundo que promete recompensas para aqueles que se arriscam. Repleto de terras áridas, inférteis e com uma fauna mortal, o jogador explora o mundo de Pandora. Este planeta se apresenta como um lugar inóspito, habitado por criminosos que recorrem ao crime para sobreviver. Aos poucos, são apresentadas as maiores influências desse mundo: as corporações EXTREMAMENTE capitalistas, os grandes mistérios do passado e tudo que envolve os artefatos eridianos. O grande motivo dessa jornada é a promessa de um lugar chamado sepultura, onde haveria riquezas incontáveis.

Pandora é um manicômio repleto de insanidade. Isso se deve à constante sensação de que a morte está sempre por perto, a quase todo momento, o jogador se encontra cercado por psicopatas ou por uma fauna agressiva, composta por criaturas como cachorros alienígenas (Skagg) e morcegos (Rakk). A desumanidade transparece na banalidade da morte, sempre acompanhada por risadas macabras e rugidos tenebrosos. Mas, surpreendentemente, quando tudo parece sombrio demais, há uma quebra de expectativa com uma pintura na parede ou uma dublagem de Claptrap que traz o alívio cômico.

O jogo responde à curiosidade sobre o que aconteceria se colonizássemos um planeta apenas através de empresas, sem nenhum envolvimento governamental. A resposta é Borderlands: um planeta alienígena onde a morte e as organizações criminosas prosperam nas brechas deixadas por um sistema governado por empresas que se preocupam apenas com uma coisa: o lucro.

O ponto principal é que toda essa crítica é feita de forma sutil, pois o que domina a obra é uma camada sólida de humor. Os humanos se renderam à psicopatia, e a obra satiriza suas personalidades e atitudes, colocando tanto eles quanto as empresas como antagonistas do jogador.

Um problema dessa crítica é que ela é branda demais, muitas vezes usada apenas como pano de fundo para construir a ambientação de Pandora. Felizmente, isso é resolvido com as DLCs. O jogo possui três delas, cada uma explorando uma das três principais corporações de Pandora. Com as DLCs, a mão capitalista é retratada com maior profundidade, como na frase: “Por favor, morra com poucos tiros; as balas estão em falta em Pandora e são muito caras”, dita pelos robôs da corporação Atlas em uma das DLCs.

As histórias das DLCs são cativantes. Como exemplo, temos a DLC envolvendo o Dr. Ned, que conta com um plot twist divertido e uma temática completamente diferente do resto do jogo. Zumbis são apresentados em Borderlands, mergulhando o jogador em um novo jogo, repleto de zumbis e experimentos maquiavélicos, além de apresentar a corporação Jacobs e todas as suas falhas. Para finalizar, temos a DLC envolvendo a corporação Hyperion e a revolta dos robôs, a lendária “Robolucão”. Esta é, definitivamente, a parte mais engraçada e prazerosa de todo o jogo; tudo nela é preparado para ser cômico, desde os inimigos até a história e a ambientação.

Cada uma das DLCs apresenta uma nova narrativa que enriquece a história principal. Elas não são apenas um fan service barato para agradar os fãs, nem um apêndice sem função. Cada DLC, sem exceção, adiciona partes à história que precisavam ser incluídas, e o mais impressionante é como elas são integradas. Cada uma tem sua própria temática, estética e forma de contar a história. Essas DLCs parecem, ao mesmo tempo, partes distintas do jogo e complementos perfeitos para ele. As DLCs são fantásticas.

Concluindo, Borderlands apresenta um novo mundo enquanto populariza um novo gênero, que se tornaria um dos maiores no futuro próximo: o looter shooter. O jogo usa a crítica ao capitalismo como pano de fundo para contar uma história. Essa crítica é satirizada e, às vezes, suavizada. Uma maior intensidade era necessária, e isso ocorre através das DLCs. Considerando o jogo base e as DLCs, Borderlands é um ícone para uma geração de jogos e jogadores que apreciam um non-sense que também realiza uma crítica social.

Borderlands é desenvolvido pela Gearbox Software, para saber onde está disponível o jogo ou comprar produtos da obra basta acessar o site deles clicando aqui. Para acompanhar as matérias da coluna Checkpoint, clique aqui.

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