Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Generic selectors
Exact matches only
Search in title
Search in content
Post Type Selectors
Checkpoint: Shadow of the Erdtree, DLC não é um novo jogo

Checkpoint: Shadow of the Erdtree, DLC não é um novo jogo

Checkpoint é uma coluna quinzenal onde são debatidos aspectos relevantes dos jogos. Esta quinzena temos a DLC de Elden Ring, Shadow of the Erdtree, e a dicussão de DLC não é um novo jogo.

A matéria da coluna desta semana buscará debater sobre uma das maiores polêmicas das últimas semanas do universo do games, a indicação da DLC de Elden Ring, Shadow of the Erdtree, na categoria jogo do ano no The Games Awards (TGA).

Para começar a discussão deixarei claro minha opinião: DLC não é um novo jogo.

Downloadable content

Vamos começar a discussão pelo significado de DLC, o termo em inglês significa Downloadable Content, que traduzido ao pé da letra seria algo como “conteúdo baixável”. Logo é um conteúdo extra que pode ser baixado, este podendo vir gratuitamente através de atualizações no jogo ou pode ser um conteúdo extra pago, como ocorre na maioria das vezes, principalmente considerando os jogos maiores.

Porém, não é o ideal se prender unicamente a termos técnicos. O fato é que DLCs não são um novo jogo pela falta de concepção na produção do jogo. A esmagadora maioria das DLCs se baseiam completamente nos acontecimentos do próprio jogo para propor algo novo, isso é óbvio, pois é assim que deve ser. O processo de desenvolvimento delas é pensado para ser uma continuação, mesmo que com certa originalidade se comparado ao jogo base. O ponto crucial é falta de intuito, e é isso que a difere de uma continuação, de um novo jogo.

Continuação vs DLC

A comparação entre as duas é complicada já que a continuação de um jogo possui um processo de produção completamente diferente de uma DLC. A continuação é pensada para dar continuidade a uma ideia de universo, não necessariamente a uma história ou personagem como a DLC. O universo precisa continuar a existir, desta forma algumas vezes a continuação acontecerá com personagens e histórias distintas, e outras vezes não, mas sempre haverá algo novo. A novidade precede o estabelecimento de uma nova concepção, por isso mudanças na jogabilidade, design ou mesmo melhorias técnicas são indispensáveis em uma continuação. O novo precisa estar aprimorado, mostrar que houve mudanças e evoluções, e isto não acontece em uma DLC. Ela necessita da base constituída para a partir dali começar uma extensão, que dificilmente terá vida própria fora dali.

É possível apontar dezenas de pontos que diferenciam os dois modelos, mas o fato é que eles são intrinsecamente diferentes, mesmo que apresentem semelhanças. Considerando as semelhanças, é provável que os jogadores encontrem DLCs que pareçam um jogo completamente novo enquanto é possível encontrar um jogo que se assemelha a uma DLC. A concepção e intuito são o que difericiam os dois, esses atributos conseguem oferecer a continuação uma aura de um novo produto que até certo ponto é independente, enquanto a DLC está enraizada no jogo base, de forma que qualquer separação faria mal aos dois.

A polêmica do TGA

Agora exposta a minha opinião sobre a questão da DLC, vamos à grande polêmica. O TGA anunciou a DLC de Elden Ring, Shadow of the Erdtree, como candidata ao jogo do ano no evento de 2024. A cogitação desta indicação é um escárnio. O problema não é realmente a DLC estar competindo, mas a justiça que este tipo de premiação deve levar em consideração. Elden Ring já ganhou como o jogo do ano em 2022. Ele ser considerado para o mesmo prêmio dois anos depois com uma DLC é uma ofensa a todos os estúdios que realmente produziram novos jogos. A justeza a ser considerada neste tipo de premiação é a relevância de um NOVO jogo no seu ano de lançamento, uma DLC, que a grosso modo é um anexo do jogo base, ser considerado neste papel não faz o menor sentido. O correto é haver uma categoria para que as DLCs competissem entre si, como acontece em outros prêmios do cenário mundial de jogos.

Checkpoint: Shadow of the Erdtree, DLC não é um novo jogo

Outro problema que a possível vitória de Shadow of the Erdtree pode trazer para o cenário é a ressureição de jogos antigos com uma DLC que possa competir nesta categoria. Pense, e se hoje com a recente atualização gráfica de The Witcher 3, a CD Projekt Red lançasse uma DLC avassaladora para o jogo que foi ganhador do jogo do ano em 2015, e se após 11 anos, em 2026, ele voltasse a competir pelo mesmo prêmio, seria um absurdo? Muitos responderiam: sim, óbvio. O ponto é que a distância temporal entre Elden Ring e sua DLC é curta o suficiente para que o absurdo não seja considerado, porém um precedente como este pode arruinar a premiação que angariou o espaço de mais importante do setor.

O The Game Awards está a cada ano ganhando mais relevância, porém ainda é uma premiação jovem, com apenas 10 anos de existência. Uma situação como essa pode descredibilizar demais este evento, o que seria desastroso, pois a credibilidade é o mais importante para qualquer premiação. Além disso, o fato de o prêmio ser recente garante que ele ainda não esteja enraizado na cultura gamer, o que facilita a sua substituição, caso necessária. Novamente, o TGA não pode errar desta forma, não agora, o problema é que a própria indicação já é um erro, para consumar o pecado só falta o resultado final. E isso aconteceu, provavelmente, pela falta de entendimento base que uma DLC não é um novo jogo, logo ela não poderia competir nesta categoria.

Para acompanhar as matérias da coluna Checkpoint, clique aqui.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Siga a Black nas redes sociais: https://beacons.ai/blackcompanybr