Checkpoint é uma coluna quinzenal que analisa diferentes franquias do universo dos jogos. A franquia examinada da quinzena com seus quatro jogos será Diablo.
Diablo II, é desenvolvido pela Blizzard Entertainment no ano de 2000, a obra ganhou um remaster em 2021 chamado de Diablo II: Resurrected. A obra apresenta a história diretamente após os acontecimentos do primeiro jogo. O herói de Tristam parte para o leste tendo seu corpo controlado por Diablo, e esse pretende libertar os outros dois males supremos que os horadrim aprisionaram, Mephisto e Baal. A jornada passa-se pelo jogador assumindo o papel de herói, seguindo os passos de seu antecessor que derrotara Diablo, porém dessa vez o desafio é derrotar os 3 males supremos.
A obra propõe um ARPG no estilo hack n’ slash, onde o foco principal é enfrentar as hordas de inimigos e utilizar as mecânicas de RPG para customizar a build. O grind está presente em grande parte do jogo. Mesmo com esse foco claro nas mecânicas e na jogabilidade, Diablo II não abre mão de contar uma história intrigante e heróica.
Como qualquer jogo lançado no começo dos anos 2000, Diablo II conta sua história em grande parte pelos diálogos com os npcs. É necessário ler os diálogos para que todo o enredo da obra faça sentido. Diablo 2: Resurrected é um remaster da obra original e conta com cinemáticas fantásticas que ajudam na construção de uma narrativa e dão mais vida ao mundo do Diablo. No remaster a história é contada através da perspectiva de um indivíduo à parte do grande embate entre o jogador e os demônios. Este personagem é importante para mostrar que as pessoas que vivem neste universo são influenciadas e influenciam nos acontecimentos. O mundo é vivo e não algo obsoleto feito para o jogador se deleitar com a morte dos demônios.
A história da obra é linear, sem grandes plots. O trabalho empregado nela não é profundo, porém isso não se torna um problema pois este elemento é complementar, não sendo o foco da obra. Mesmo assim, os desenvolvedores têm um cuidado em criar algo interessante de se vivenciar e interagir, o que passa facilmente o nível médio das histórias dos ARPG. Ainda sobre a história, ela referencia o primeiro jogo da franquia ao tempo que abre espaço para que mais conteúdo seja adicionado neste universo, algo ideal para um possível continuação que invariavelmente ocorreu com Diablo III.
O jogo apresenta sete classes contando a DLC. Assim, a obra se abre para diversas possibilidades de estilos de jogo diferentes para se explorar. A ideia inovadora de Diablo II em seu lançamento nos anos 2000, é a necessidade de repetir a história do jogo três vezes para realmente zerar o game. Somente realizando o progresso pelo modo normal, pesadelo e infernal que o jogador é capaz de atingir o nível máximo e conseguir os melhores itens do jogo. Porém, ainda é necessário um grind de monstros, matando várias vezes os mesmos bosses e limpando os mesmos mapas para conseguir atingir o nível necessário para enfrentar os desafios.
Um ponto na jogabilidade que é comum em jogos desta época é a falta de indicativos de missão. Não há um indicativo de onde ir para completar determinada missão, obrigando assim o jogador a lê-las. É necessário pensar nos locais que o jogador esteve e se inteirar, ainda que de forma basica, sobre a história do jogo, para saber exatamente onde se encontra determinado monstro ou npc. Este é um ponto positivo que falta em alguns jogos atuais, pois este tipo de abordagem obriga o jogador a se interar na história da obra, mesmo que minimamente.
A variedade de habilidades é grande com três árvores de habilidades para cada classe. Assim, fornecendo uma variabilidade considerável de builds para a mesma classe, permitindo que se explore a mesma classe de diferentes formas. A variedade vai além de uma possibilidade, ela é necessária em níveis mais altos de dificuldade. Na dificuldade normal os monstros não possuem imunidade, no nível pesadelo os monstros geralmente possuem 1 tipo de imunidade e já no nível infernal os monstros possuem 2 tipos de imunidade. Logo, sem a existência das variações da build é impossível concluir o jogo em todos os níveis de dificuldade. Por fim, é possível jogar no modo multijogador, fornecendo uma camada de combos de classes para tornar todo o progresso mais divertido e diferenciado.
Os problemas que estão presentes no jogo são problemas comuns à época nos jogos em geral, principalmente os 2.5D. A diagonal ainda é um problema gigantesco, seja para movimentar ou para utilizar as habilidades que dependem de mira. É complicado acertar a trajetória em diagonal e geralmente as habilidades não seguem o trajeto esperado pelo jogador. Ainda há alguns bugs tanto visuais quanto mecânicos de algumas habilidades que ficaram sem tratamento no jogo original. Porém grande parte destes foram corrigidos no remaster do jogo lançado pela Blizzard no ano de 2021.
Esteticamente o jogo conta com realismo, porém ele é prejudicado pelo gráfico da época que era limitado. No entanto a obra não deixa de explorar os aspectos sombrios característicos da franquia, apresentando corpos estirados em estacas e sangue espalhados em poças por quase todos os cenários.
Concluindo, se o primeiro Diablo abre as portas para a franquia e apresenta um novo gênero, Diablo II refina esse gênero com parâmetros de jogabilidade que delimitam o gênero e o torna um clássico. Marcando gerações e apresentando a ideia de grind em um jogo multiplayer, Diablo II revoluciona o que se entende por ARPG Hack n’ Slash e dita as principais características que seriam no futuro considerado o básico desse tipo de jogo.
Diablo II é desenvolvido pela Blizzard Entertainment, para saber onde está disponível o jogo ou comprar produtos da obra basta acessar o site deles clicando aqui. Para ficar por dentro de notícias do mundo dos jogos fique atento à BlackCompany em Games.