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A Filha do Palhaço promete muito, mas entrega o óbvio

A Filha do Palhaço promete muito, mas entrega o óbvio

A Filha do Palhaço é uma obra dirigida por Pedro Diógenes que entrará em cartaz no dia 30 de maio. O longa tem como sua premissa principal o abandono parental e como, após essa longa ausência, pai e filha buscam uma maneira de se reconectar. Uma história com um enorme potencial, mas que mostra-se repleta de clichês e que no fim torna-se mais do mesmo.

Joana (Lis Sutter), uma adolescente de 14 anos, aparece para passar uma semana com o pai, Renato (Demick Lopes), um humorista que apresenta seus shows em churrascarias, bares e casas noturnas de Fortaleza interpretando a personagem Silvanelly. Apesar de mal se conhecerem, pai e filha terão que conviver durante essa semana. Eles vão viver novas experiências, experimentar novos sentimentos e esse tempo juntos irá transformar profundamente a vida dos dois.

Quem é a Filha do Palhaço?

A Filha  do Palhaço é roteirizado por Pedro Diogenes, Amanda Pontes e Michelline Helen com uma história inspirada na personagem Raimundinha do falecido cearense humorista e político Paulo Diógenes. Essas partes de humor e que são a clara homenagem, com Demick Lopes dando vida a Silvanelly, são de longe as partes mais interessantes da obra, pois são nelas que vemos a essência do protagonista Renato.

Através das piadas de Silvanelly, Renato transmite ao telescptador suas dores. Além disso, podemos afirma que a “palhaça” figura que o personagem se transforma é, em essência, aquilo que ele almejava ser. Suas frutrações, sonhos, amores e relações quebradas são usados para criar piadas em uma constante buscar de dar sentido a uma vida solitária e vazia. O retorno de sua filha parece preecher o vazio do coração do pratagonista, mas mesmo assim ele nunca parece realmente arrependido de escolher sua prórpia felicidade no lugar de sua filha.

A atuação de Demick Lopes cativa, mesmo que Renato seja um personagem um tanto caricato em sua versão pai. Ele se esforça para criar elos com a filha, mas não conseguimos sentir empatia a ponto de perdoá-lo por abandonar a ex-mulher e a filha. Sua explicação de ter encontrado uma alma gêmea não justifica a negligência e afasta o telespectador do seu personagem.

Cenas dramáticas que deveriam ser o grande diferencial da obra, acabam perdendo seu encanto pela atuação de Lis Sutter. Sua atuação, de uma jovem de 14 anos que busca entender o motivo do abandono, não entrega a dor necessária. Adolescentes são indivíduos dramáticos, emotivos e inconsistentes, mas não conseguimos sentir as emoções de Joana.  

A Filha do Palhaço é um filme bom, mas nada além disso. Você assiste e segue sua vida. À medida que o longa se desenrola, certos acontecimentos são extremamente previsíveis e deixam a experiência comum. Infelizmente, um filme com uma temática importante e premissa interessante, mas que se perde ao fixar-se no básico.

O longa é ganhador do principal prêmio na Mostra de Cinema de Gostoso e será lançado no Brasil pela Embaúba Filmes.

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