“A Flor de Buriti” é um filme brasileiro lançado em 2023, dirigido por Renée Nader Messora e João Salaviza. O filme retrata a vida e a resistência do povo indígena Krahô, focando na luta deles pela preservação de suas tradições e territórios. A narrativa mistura elementos documentais com uma abordagem poética, proporcionando um olhar íntimo sobre a cultura Krahô. O filme foi bem recebido em festivais de cinema, incluindo o Festival de Cannes.
Em 1940, duas crianças do povo indígena Krahô encontram na escuridão da floresta um boi perigosamente perto da sua aldeia. Era o prenúncio de um brutal massacre, perpetrado pelos fazendeiros da região. Em 1969, os filhos dos sobreviventes são coagidos a integrar uma unidade militar, durante a Ditadura brasileira. Hoje, diante de velhas e novas ameaças, os Krahô continuam a caminhar sobre a sua terra sagrada, reinventando a cada dia infinitas formas de resistência.
A beleza única de A Flor de Buriti
Apesar de sua proposta visualmente poética, “A Flor de Buriti” pode ser considerado monótono e cansativo por grande parte do público. A narrativa se desenvolve de forma lenta e contemplativa, o que, embora intensifique a imersão na vida cotidiana dos Krahô, pode desafiar a paciência de espectadores acostumados a tramas mais dinâmicas. A falta de eventos dramáticos e a repetição de cenas do dia a dia podem contribuir para a sensação de marasmo.
Esse ritmo pausado e a ênfase nos detalhes culturais tornam o filme mais adequado a um nicho específico de espectadores. “A Flor de Buriti” parece ser feito exclusivamente para aqueles que têm um profundo interesse em temas etnográficos e documentais, bem como para cinéfilos que apreciam uma estética mais contemplativa e artística. O filme demanda um espectador paciente e aberto a uma forma de narrativa menos convencional, que valorize mais a experiência sensorial e emocional do que uma progressão rápida de eventos.
A longa duração das cenas e a falta de um enredo mais definido podem tornar a experiência um tanto quanto árdua para grande parte do público. A estética visual, embora bela, pode não compensar a ausência de um ritmo mais envolvente, resultando em uma experiência que, para boa parte dos brasileiros, pode parecer mais uma obrigação do que um entretenimento. A intenção artística pode não conseguir ressoar com aqueles que procuram um filme que equilibre conteúdo cultural com uma narrativa mais dinâmica.
Embora a recepção crítica tenha sido positiva, destacando a autenticidade e a sensibilidade da obra, é inegável que “A Flor de Buriti” não é um filme de apelo amplo. Ele exige um certo comprometimento e disposição para se engajar com uma forma de cinema que se afasta do entretenimento tradicional, privilegiando uma parcela irrisória da população que aprecia obras mais contemplativas em detrimento de produtos conhecidos como “blockbusters”.
A Flor de Buriti é distribuído pela Embaúba Filmes com lançamento previsto para o dia 4/7/2024!