Zach Cregger, o nome por trás do cultuado Bárbaro, está de volta. Desta vez, com um novo enigma sombrio chamado A Hora do Mal. E não se engane: o que começa com crianças desaparecendo vira uma trama muito mais profunda — e perturbadora.
Josh Brolin e Julia Garner lideram um elenco afiado, em um suspense psicológico com estrutura fragmentada e atmosfera inquietante. O filme promete ser um dos grandes nomes do terror em 2025.
Uma premissa que arrepia
O pôster já entrega o tom: “Às 2h17, 17 crianças da Sra. Gandy saíram de casa… e nunca mais voltaram.”
Simples? Nem de longe.
Embora pareça um eco de Colheita Maldita, Cregger faz mais do que replicar clichês. Ele constrói um quebra-cabeça narrativo que desafia o público. Cada cena revela novas peças e conexões — e nada é o que parece.
Terror com cérebro e coração
Esqueça o terror comum. A Hora do Mal combina tensão psicológica com drama humano real. A história é contada em capítulos de 15 minutos, cada um focado em um personagem ligado ao mistério.
A primeira é Justine Gandy, vivida por Julia Garner. Professora dedicada, ela se vê no centro de um pesadelo: todos os seus alunos desaparecem, menos um. Por que só a turma dela? E por que Alex, o único restante, ficou para trás?

Personagens quebrados, histórias entrelaçadas
Cada capítulo aprofunda a trama. Paul (Alden Ehrenreich), policial e amante de Justine, entra na investigação.
Seu envolvimento o leva até James (Austin Abrams), um viciado desesperado por uma recompensa.
Já Archer (Josh Brolin), pai de um dos desaparecidos, toma a frente da busca. Sua dor move o filme — e o público. Outro destaque é Marcus (Benedict Wong), inicialmente apresentado como diretor da escola. Mas sua verdadeira função é bem mais complexa.
Uma narrativa de camadas e surpresas
Cregger domina a arte de construir tensão. Com uma estrutura não linear e visual impactante, o diretor eleva o terror a outro patamar. A cada nova revelação, o mistério ganha força. A cada cena, a dúvida cresce.
Mesmo Alex, o garoto que ficou, traz reviravoltas. A visita da excêntrica tia Gladys (Amy Madigan) adiciona um toque bizarro e genial à trama.

Atuações de peso que sustentam o caos
Julia Garner entrega uma performance intensa. Justine é frágil, forte, humana. Brolin, também produtor executivo, entrega uma de suas atuações mais tocantes dos últimos anos.
Ehrenreich se destaca como um policial emocionalmente abalado. Já Wong traz peso e ambiguidade ao papel.
Mas é Abrams quem rouba a cena. Seu personagem é trágico e cômico ao mesmo tempo. Real, desconfortável, inesquecível.
Madigan, como a Tia Gladys, brilha. Cômica, intensa, perturbadora. Um presente para os fãs do gênero.
Visual grandioso e produção refinada
A Hora do Mal foi feito para o Imax — e isso fica evidente. A fotografia de Larkin Seiple é precisa. O trabalho de edição de Joe Murphy dá ritmo e clareza a uma narrativa cheia de voltas.
E tem até participação especial: Justin Long, estrela de Bárbaro, faz uma ponta que deve arrancar sorrisos dos fãs.
Terror que vai além do medo
Mais do que um susto, A Hora do Mal entrega uma experiência. É um estudo de personagens, uma crítica social e um thriller emocional.
Não espere respostas fáceis. Espere intensidade. Espere desconforto. Espere um dos filmes mais falados do ano.
Se você gostou de Bárbaro, prepare-se. Zach Cregger está só começando a brincar com a sua sanidade.