Em A Matriarca, somos apresentados a uma família cheia de estranhos. O drama percorre três gerações e trata de relações familiares e de diversas perspectivas da morte de forma delicada, mas realista. Após sua marcante aparição em Duna, Charlotte Rampling chama atenção em seu mais novo papel: Ruth, a matriarca de uma família cheia de problemas.
O longa dirigido por Matthew Saville traz ainda Marton Csokas no papel de Robert, o machucado pai ausente que inconscientemente repassa suas dores ao filho. Entretanto, quem de fato brilha é o ainda novato George Ferrier que interpreta Sam, o neto de Ruth. Vale ressaltar que, apesar de o filme tratar das três gerações da família, ele gira principalmente em torno da relação entre Sam e Ruth.
O que aconteceria se um adolescente ficasse subitamente responsável pelos cuidados de uma idosa orgulhosa e com personalidade forte? É justamente isso que Saville busca responder ao traçar a situação onde uma fotógrafa de guerra aposentada com fortes posicionamentos se vê incapacitada e passa a depender de um jovem cheio de hormônios que sequer a conhece.
Unidos pela necessidade, Sam e Ruth encontram um no outro a cura de muitas feridas abertas e a idosa finalmente vive o último amor com o qual sonhava, apesar de não ser o que ela esperava. Rampling é estupenda ao dar vida às emoções que afloram lentamente e mostrar que o amor familiar pode surgir mesmo nos lares mais inesperados.
A Matriarca é uma lição de vida simplista
Apesar de curto, o filme possui um ritmo excelente e conta sua história de forma pontual, sem se estender em pequenos fatos que não afetam a trama, mas focando nos pequenos momentos que de fato importam. A matriarca não possui grandes sucessos na trilha sonora, estupendos efeitos especiais, figurinos únicos ou cenografias de tirar o fôlego. Ainda assim, vale cada momento dos seus 95 minutos de duração e é uma lição de vida.
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