Diferentemente do remake de 2006, A Primeira Profecia finalmente traz o prólogo da clássica saga de terror dos anos 70. Se você em algum momento havia se questionado como o AntiCristo poderia nascer justamente na Igreja, finalmente chegou o momento de descobrir. A trama inteira aborda a história da mãe de Damien e como ele veio ao mundo, mas vai muito além disso.

A narrativa nos traz não somente explicações e esclarecimento, mas também a possibilidade de contar novas histórias no universo da trama. Para além da narrativa, que peca em alguns momentos, mas acerta na maioria dos momentos decisivos, a interpretação se destaca ao longo do filme. Contando com a poderosa e marcante presença da atriz brasileira Sônia Braga, o elenco não deixa a desejar em quase nenhum aspecto e entrega uma atuação que é definitivamente o ponto alto do longa.

Inesperadamente, a protagonista Nell Tiger Free (Myrcella Baratheon, em Game of Thrones), domina totalmente a tela e nos obriga a olhar para ela. Com uma entrega visceral, certamente veremos muito mais de Nell ao longo dos próximos anos. A atriz de somente 24 anos traz uma potência surreal para a trama, transitando entre uma alegre e inocente noviça e a traumatizada criança que cresceu em um ambiente rígido demais. Na pele de Maggie, Free cria a tensão nos momentos certos e transmite isso ao público com maestria.

A Primeira Profecia traz ideias empoeiradas de volta ao cinema

Entretanto, o longa traz também escolhas estéticas bastante questionáveis. Apesar de serem claramente propositais e reavivarem o a saga original, muitos dos efeitos visuais aplicados simplesmente não funcionam há décadas. Assim, as escolhas da pós-produção até possuem uma boa intenção, mas acabam apenas abrindo espaço para ampliar a gama de obras com baixa qualidade visual.