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Abraham’s Boys: a sequência de Drácula que esqueceu os vampiros

Abraham’s Boys tenta surfar na antecipação do Halloween com uma nova história ambientada no universo de Drácula. A proposta parecia perfeita: um conto inédito, com raízes no clássico de Bram Stoker, dirigido por Natasha Kermani e inspirado em um texto de Joe Hill — filho de Stephen King.

Uma continuação ousada — mas sem sangue

A trama se passa em 1915, quase duas décadas após os eventos originais de Drácula. Van Helsing, agora interpretado por Titus Welliver, vive isolado no interior da Califórnia com Mina Harker e seus dois filhos. Afastados do mundo, eles tentam escapar da sombra de Drácula — ou, pelo menos, é o que o pai acredita.

Tudo muda quando Mina adoece e começa a revelar os traumas do passado. É aí que o jovem Max Van Helsing começa a questionar a sanidade do pai e a verdadeira origem de seus medos. O problema? O filme nunca entrega a ameaça prometida.

Visualmente impactante, mas dramaticamente vazio

Há que se reconhecer: Abraham’s Boys é visualmente belo. O cenário rural e as composições de cor funcionam. Natasha Kermani sabe usar a estética para criar tensão. No entanto, beleza não sustenta um filme sozinho.

O elenco principal falha em gerar empatia. A exceção é Aurora Perrineau, que entrega uma performance contida e precisa. Já Titus Welliver, com seu bronzeado exagerado, parece deslocado. O restante do elenco passa despercebido, o que enfraquece o impacto emocional da história.

Onde estão os vampiros?

Se você espera criaturas da noite, esqueça. Apesar de carregar o peso do nome “Drácula”, o filme evita qualquer envolvimento direto com vampiros. Há apenas duas sequências de sonho com figuras quase invisíveis, sem real ameaça sobrenatural. O foco é o terror psicológico e o medo doméstico.

O problema está na promessa quebrada. A divulgação indicava uma sequência espiritual do clássico de Stoker. Mas o que recebemos é um drama sobre trauma familiar e abuso paterno. E isso frustra quem busca horror gótico ou ação sobrenatural.

Uma ideia que não sustenta 90 minutos

Talvez o conto de Joe Hill funcionasse melhor como um curta. Estendido a um longa-metragem, o enredo se arrasta entre silêncios, cenas vazias e poucos momentos de tensão real. Com um roteiro mais denso ou um elenco mais sólido, talvez o resultado fosse outro.

Faltou ousadia para assumir de vez o terror psicológico. E sobrou hesitação em se afastar do legado de Drácula. O resultado é um filme que fica preso entre dois mundos e não satisfaz nenhum deles.

O filme estreou dia 11/06 nos cinemas norte-americanos. No Brasil, segue sem previsão, pode ser que saia direto para o streaming.

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