Se tudo o que você um dia já criou em sua mente fosse, no fim, realidade, o que você faira? Como reagiria? Argylle conta a história de Elly Conway – escritora de thrillers de espião, que descobre que tudo o que um dia escreveu foi, na verdade, uma história real! O filme conta de maneira divertida e leve essa história numa paródia caricata e um pouco enrolada de 007. Estreando nos cinemas no dia 1º de fevereiro, o filme da Universal em parceria com a Apple é uma divertida piada a ser aproveitada junto aos fãs de espionagem.
O filme conta com um elenco CHEIO de estrelas. Seja pelo cômico, estereótipos ou referências o filme vai te pegar no contrapé em algum momento e te fazer rir. Mesmo com o revés de não se levar a sério em nenhum momento, Argylle opta por fazer paralelos muito interessantes com os filmes de espionagem mais famosos como 007 – Skyfall, Missão Impossível (qualquer filme da franquia) e até roupas e ações espalhafatosas à lá Austin Powers. No entanto, é importante ressaltar que a entrega cômica, de atuação e ação não chega nem perto de outras sátiras sobre o mesmo tema como o inigualável Johnny English e Kingsman.
Com Dua Lipa num cameo da vilã LaGrange, Henry Cavill, Sam Rockwell, Bryce Dallas Howard, John Cena. Samuel L Jackson (como sempre incrível), Bryan Cranston e Catherine O’Hara nos papeis principais, o filme transborda carisma num roteiro que – por várias vezes – acaba abusando dessa característica. Com 2 horas e 20 de duração, o filme poderia muito bem ser entregue com 2 horas ou menos e ainda assim estaria melhor. É possível dizer que a construção de personagens e trama se desenvolve muito bem até o meio do segundo ato, quando pode ser vista uma possibilidade de encerramento. Contudo, a história ainda se desenrola por muito mais tempo, abrindo mais e mais dobradiças dentro dessa janela de oportunidades para encerrar o filme. É compreensível, no entanto, que isso possa ainda ser algum tipo de piada com as infinitas possibilidades que “mocinhos” usam para vencer no final, porém, o exagero de nuances e reviravoltas acaba deixando o encerramento muito demorado.
Apesar da velocidade do filme variar muito em pouco tempo, o que deixa os espectadores confusos, Argylle é um filme digno do seu ingresso. Para você que curte um filme divertido “de desligar o cérebro e assistir” no fim de semana com sua família, pode apostar que esta é uma escolha certeira. Não é possível aprofundar muito na história sem entrar na zona dos spoilers, portanto o mais importante a se ter em mente é: vá preparado(a) para segurar a vontade de ir ao banheiro, leve muita pipoca, ignore o gato de CGI (que está lá só pela propaganda do filme mesmo) e se divirta!
Nota do autor: a construção do filme tem sim suas falhas, enrolações e problemas. Contudo, o que se deve ter em mente é que Argylle nada mais é do que um compilado de referências e sátiras ao mundo dos filmes de espionagem. O elenco por si só entrega muito do objetivo, sendo as escolhas de cenas, roupas, falas e até equipamentos cada um uma referência diferente. Tenha em mente também que filmes como Pobres Criaturas – nobres representantes da arte audiovisual – não invalidam a existência de produções de puro e simples entretenimento e que cada um precisa ser visto dentro do que se propõe a fazer. Argylle, por exemplo, não se propõe a inovar, surpreender nem sequer ser um super filme de entretenimento com Guerra Infinita. Proporcionar momentos de nostalgia e diversão aos fãs fervorosos (e que são muitos) dos filmes de super espiões também é um ótimo nicho e o filme cumpre muito bem seu papel neste quesito! A mistura de expectativas pessoais e a falta de referência de muitas pessoas para este tema podem levar críticos ou conhecidos a fazerem um julgamento errôneo da produção!
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