O documentário inédito “Artéria: Poesia em Revista”, que revive essa história, estreia com exclusividade no canal Curta!. Com roteiro e direção de Bruna Callegari, o documentário — viabilizado pelo Curta! através do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) — traz imagens de arquivo e depoimentos inéditos de artistas que colaboraram e ainda produzem uma das mais influentes e disruptivas revistas do Brasil.
Arnaldo Antunes, Antonio Risério, Omar Khouri e Lenora de Barros são alguns dos nomes que contam suas aventuras, histórias e ideias com a “Artéria”, que trouxe trabalhos de Paulo Miranda, Décio Pignatari e os irmãos Haroldo e Augusto de Campos.
“Poesia nunca foi um gênero popular. Acho que todos os poetas jovens encontram dificuldade para publicar suas produções e acabam eles mesmos financiando suas próprias publicações. Essas revistas duravam pouco, no geral, e a ‘Artéria’ é uma das poucas que conseguiu se manter, no meio das maiores dificuldades”, revela Augusto.
O documentário mostra como sua proposta vanguardista vai além da poesia visual e da diagramação. O próprio formato da “Artéria” era um convite à inovação, com a segunda edição trazendo os textos dentro de uma sacola, e a terceira, apenas uma caixa de fósforos. Até em fita cassete a revista já foi lançada.
“É a importância da palavra como instrumento, porque as editoras não investiam em nós, não investiam na poesia viva, só se empenhavam em editar os clássicos. Revistas como a ‘Artéria’, que permeia essa história desde o início, começam a editar, e era ali que a gente se reconhecia” destaca Alice Ruiz, poeta e colaboradora.
Com inspiração nas revistas de poesia experimental como a baiana “Código”, “Artéria” se transforma num ícone da poesia concreta brasileira. Além dos desafios técnicos, com serigrafias feitas em apartamento, o cenário de repressão criou um contexto ainda mais ousado para o lançamento da revista, um espaço simbólico de liberdade em tempos de chumbo.
“A ‘Artéria’ é uma revista totalmente improvável. Era um país apertado pela ditadura, sem liberdade para falar, com censura, sem liberdade de se reunir. A ideia dessas pequenas revistas tinha um tom subversivo, fora da norma”, afirma Tadeu Jungle, poeta e colaborador da “Artéria”.
A obra revela como a revista se tornou referência estética e objeto de colecionadores, em busca de exemplares históricos e marcantes. E mostra qual é o futuro da “Artéria”, que, 50 anos depois, segue com vigor, sendo publicada e trazendo ares renovados para a poesia, a arte e a cultura brasileira.
“Artéria: Poesia em Revista” é uma produção da Espaço Líquido. O documentário também pode ser visto no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro tv+ e no site oficial da plataforma (CurtaOn.com.br) um dia após a estreia na televisão. A estreia é no dia temático Quintas do Pensamento, 20 de fevereiro, às 22h20.
Documentário ‘Malcolm X – Por Qualquer Meio Necessário’ apresenta as lutas, contradições e o legado do ativista
Nos Estados Unidos, a luta contra a desigualdade e contra o preconceito racial teve em Malcolm X um dos seus principais personagens, de história efervescente e conturbada, assim como o seu próprio país nos anos 1960. Sua trajetória, seu legado e os mistérios sobre sua morte são contados em “Malcolm X – Por Qualquer Meio Necessário“, documentário que o Curta! exibe nos 60 anos de seu assassinato (21 de fevereiro de 1965).
Com direção de Amine Mestari, o filme mescla imagens de arquivo de discursos de Malcolm X com depoimentos inéditos de quem dividiu a vida com ele e de quem o investigou. Apresenta, ainda, documentos exclusivos elaborados pela CIA, pelo FBI e pela polícia de Nova York, responsáveis por uma intensa vigilância e escrutínio da vida do ativista, célebre por questionar e denunciar a sociedade americana através de sua oratória única.
“Malcolm tinha um jeito de expressar as coisas com um ponto de vista combativo. Ele nunca ameaçou ninguém. Ele nunca matou ninguém. Ele nunca bateu em ninguém. Suas palavras eram seu poder”, define Andrew Young, político e ativista.
A produção mostra seu percurso até se tornar um dos mais importantes líderes negros dos Estados Unidos. Da cadeia, onde conhece e se junta à Nação do Islã, até sua ascensão como figura pública de renome internacional, descobrimos como seus sonhos, seus conflitos e suas contradições influenciaram e foram influenciados pelos acontecimentos do século XX.
“Eu me mudei para o Harlem numa sexta-feira com um amigo e vimos uma multidão se aglomerando; nos disseram que Malcolm X iria falar. Ele falou por cerca de três horas. Quando ele terminou, virei apoiador, na hora, só de ouvir o discurso. Ele falou de coisas que aconteciam no país e no exterior, sobre o aspecto psicológico da supremacia branca ser perigoso”, conta Peter Bailey, jornalista e cofundador da Unidade Afro-Americana.
No contexto da Guerra Fria, onde a Revolução Cubana e as lutas anticolonialistas se tornam uma preocupação para o governo americano, Malcolm X se torna alvo pela luta contra o establishment ao mesmo tempo em que enfrenta acusações como dissidente da Nação do Islã. O filme retraça esses movimentos, que se tornaram peças importantes no seu misterioso assassinato, e discute as controversas investigações, além de apresentar o legado dele.
“Queremos ser respeitados e reconhecidos como seres humanos, e temos um lema que diz como pretendemos concretizar isso: faremos o necessário, por qualquer meio necessário”, afirma Malcolm X, em um discurso mostrado no documentário.
Com 52 minutos, “Malcolm X – Por Qualquer Meio Necessário” é uma produção da Cinétévé. O documentário também pode ser visto no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro tv+ e no site oficial (CurtaOn.com.br). A exibição é no dia temático Sextas de História e Sociedade, 21 de fevereiro, às 22h.
22h15 – “Belchior – Apenas Um Coração Selvagem” (Documentário)
O cantor e compositor Belchior, falecido em 2017, é o tema deste documentário, que conta com a participação do ator Silvero Pereira recitando trechos das letras das canções compostas pelo artista cearense, como “Sujeito de Sorte”. O filme é composto por um rico material de arquivo, principalmente por entrevistas e apresentações musicais, além de imagens que ajudam a ilustrar as lembranças e as reflexões que vêm à tona nos depoimentos — de documentos e fotos antigas a trechos de filmes e matérias jornalísticas. Juntas, essas imagens se costuram em uma narrativa que conta a história de vida de Antônio Carlos Belchior, nascido em uma família numerosa de 23 irmãos, em Sobral, no Ceará. Fala de sua formação em medicina e de sua mudança para São Paulo, investindo na possibilidade de ser músico profissional, e reflete sobre essa experiência e outros temas importantes para ele. Sua relação com o sucesso e com a opinião pública — que ora o considerava um ‘sex symbol’, ora um rebelde — também é um assunto frequente. Entre as músicas apresentadas ao longo do documentário, estão clássicos como “Apenas Um Rapaz Latino-Americano”, “Alucinação”, “Galos, Noites e Quintais”, “Medo de Avião”, “Paralelas” e, entre as últimas cenas do filme, “Tudo Outra Vez”, que, de forma autobiográfica e emocionante, resume a trajetória do artista contada até ali. Direção: Camilo Cavalcanti e Natália Dias Duração: 90 min Classificação: Livre Horários alternativos: 18 de fevereiro, terça-feira, às 2h15 e às 16h15; 19 de fevereiro, quarta-feira, às 10h15; 22 de fevereiro, sábado, às 22h20; 23 de fevereiro, domingo, às 16h; 24 de fevereiro, segunda-feira, às 1h45
Segundas da Música – 17/02
22h15 – “Belchior – Apenas Um Coração Selvagem” (Documentário)
O cantor e compositor Belchior, falecido em 2017, é o tema deste documentário, que conta com a participação do ator Silvero Pereira recitando trechos das letras das canções compostas pelo artista cearense, como “Sujeito de Sorte”. O filme é composto por um rico material de arquivo, principalmente por entrevistas e apresentações musicais, além de imagens que ajudam a ilustrar as lembranças e as reflexões que vêm à tona nos depoimentos — de documentos e fotos antigas a trechos de filmes e matérias jornalísticas. Juntas, essas imagens se costuram em uma narrativa que conta a história de vida de Antônio Carlos Belchior, nascido em uma família numerosa de 23 irmãos, em Sobral, no Ceará. Fala de sua formação em medicina e de sua mudança para São Paulo, investindo na possibilidade de ser músico profissional, e reflete sobre essa experiência e outros temas importantes para ele. Sua relação com o sucesso e com a opinião pública — que ora o considerava um ‘sex symbol’, ora um rebelde — também é um assunto frequente. Entre as músicas apresentadas ao longo do documentário, estão clássicos como “Apenas Um Rapaz Latino-Americano”, “Alucinação”, “Galos, Noites e Quintais”, “Medo de Avião”, “Paralelas” e, entre as últimas cenas do filme, “Tudo Outra Vez”, que, de forma autobiográfica e emocionante, resume a trajetória do artista contada até ali. Direção: Camilo Cavalcanti e Natália Dias Duração: 90 min Classificação: Livre Horários alternativos: 18 de fevereiro, terça-feira, às 2h15 e às 16h15; 19 de fevereiro, quarta-feira, às 10h15; 22 de fevereiro, sábado, às 22h20; 23 de fevereiro, domingo, às 16h; 24 de fevereiro, segunda-feira, às 1h45
Terças das Artes – 18/02
22h30 – “Maria – Não Esqueça que Eu Venho dos Trópicos” (Documentário)
Uma investigação sobre a vida e a arte de Maria Martins, hoje reconhecida como uma das maiores escultoras brasileiras e também celebrada por suas gravuras e textos. O filme revela a grandiosidade da obra de Maria e sua ousadia ao tratar da sexualidade a partir da perspectiva feminina, em uma poética transgressora e pioneira. Diretor: Elisa Gomes, Francisco C. Martins Duração: 80 min Classificação: 10 anos Horários alternativos: 19 de fevereiro, quarta-feira, às 2h30 e às 16h; 20 de fevereiro, quinta-feira, às 10h30; 22 de fevereiro, sábado, às 12h30; 23 de fevereiro, domingo, às 18h30; 8 de março, sábado, às 4h
Quartas de Cena e Cinema – 19/02
22h30 – “Grupo Corpo Pela Música” (Documentário)
Com mais de 45 anos de existência, o Grupo Corpo — companhia de dança mineira que está entre as mais importantes do Brasil — mergulha em sua própria trajetória através das trilhas sonoras de vários de seus espetáculos. O que elas têm em comum? A música brasileira. Essa viagem se dá no documentário “Grupo Corpo Pela Música”. O ponto de partida são depoimentos dos compositores das canções que embalam as coreografias de Rodrigo Pederneiras — encenadas por seu irmão Paulo, que responde pela direção artística da companhia —, como Caetano Veloso, Lenine, João Bosco, Arnaldo Antunes, Samuel Rosa, José Miguel Wisnik, Moreno Veloso, Domenico Lancellotti e a banda Metá Metá. O filme revela como as aclamadas criações da companhia de dança partem das trilhas sonoras, que são sempre uma força motriz dos espetáculos. Através de entrevistas, os compositores falam sobre seus processos criativos e relatam a experiência de produzir trilhas para um espetáculo de dança, revelando um pouco de suas inspirações e dos sentimentos envolvidos no convite, sempre muito aberto e irrestrito, para que deixem sua criatividade fluir e ditar os rumos de cada novo trabalho. Entre os espetáculos citados estão “Onqotô”, cuja trilha foi composta por Caetano e José Miguel Wisnik; “O Corpo”, com canções assinadas por Arnaldo Antunes; “Benguelê”, por João Bosco; “Suíte Branca”, por Samuel Rosa; “Gira”, pela banda Metá Metá; “Triz” e “Breu”, por Lenine; “Ímã”, por Domenico Lancellotti, Kassin e Moreno Veloso; e “Parabelo”, por Tom Zé e José Miguel Wisnik. Direção: Armando Mendz e Janina Patrocínio Duração: 81 min Classificação: Livre Horários alternativos: 20 de fevereiro, quinta-feira, às 2h30 e às 16h30; 21 de fevereiro, sexta-feira, às 10h30; 22 de fevereiro, sábado, às 14h; 23 de fevereiro, domingo, às 20h
Quintas do Pensamento – 20/02
22h20– “Artéria: Poesia em Revista” (Documentário) – INÉDITO E EXCLUSIVO
O documentário propõe um mergulho na história e na produção das revistas de poesia experimental que surgiram no Brasil na década de 1970. Narrado a partir da experiência da revista “Artéria”, única sobrevivente ainda em atividade, o filme revela um universo de resistência e criação poética vanguardista que, embora tenha sido fértil e atuante no país, segue desconhecido do grande público. Direção: Bruna Callegari Duração: 82 min Classificação: Livre Horários alternativos: 21 de fevereiro, sexta-feira, às 2h20 e às 16h20; 22 de fevereiro, domingo, às 15h30; 23 de fevereiro, segunda-feira, às 22h30; 24 de fevereiro, terça-feira, às 10h20
Sextas de História e Sociedade – 21/02
22h– “Malcolm X – Por Qualquer Meio Necessário” (Documentário) – 60 ANOS DA MORTE DE MALCOLM X
Com base nos relatórios de vigilância do FBI e nas últimas revelações em torno do assassinato de Malcolm X, o documentário faz um retrato desse importante ativista americano, que lutou pelos direitos da população negra com a força de sua oratória. Direção: Maurício Farias Duração: 52 min Classificação: Livre Horários alternativos: 22 de fevereiro, sábado, às 2h; 23 de fevereiro, domingo, às 21h30; 24 de fevereiro, segunda-feira, às 16h; 25 de fevereiro, terça-feira, às 10h
Sábado – 22/02
20h20– “Potências da Imagem” (Série) – Episódio: “Sagrado”
No complexo mundo que vivemos, a imagem nunca é uma realidade simples. A série propõe uma investigação das manifestações e propriedades da produção de imagens relacionadas a temas que expressam aspectos contemporâneos da cultura visual em nossa sociedade. Artistas relatam suas práticas, e teóricos traçam relações entre criação e pesquisa, elaborando um pensamento sobre a imagem. Neste episódio: visibilidade, invisibilidade e mistério; as relações do sagrado com as imagens nas tradições afrodescentes e indígenas. Tensões da imagem na tradição cristã: iconofilia e iconoclastia. Direção: Eduardo Goldenstein e Evângelo Gasos Duração: 26 min Classificação: 10 anos
Domingo – 23/02
18h – “Histórias da Gente Brasileira” (Série) – Episódio: “Império – Tiro, porrada e bomba!”
O Brasil passou de colônia a império, mas tal mudança inicialmente alterou pouco as estruturas coloniais. Mantinham-se a escravidão, os altos impostos e os problemas de subsistência. Por outro lado, aumentou a penetração rumo ao interior e surgiram novas configurações populacionais, gerando tensões que assolaram o Império e contrariaram o mito do brasileiro cordial. Duração: 26 min. Classificação: 10 anos. Horários alternativos: 24 de fevereiro, segunda-feira, às 14h; 25 de fevereiro, terça-feira, às 8h.
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