As Aventuras de Pi gerou polêmica em 2012 devido à semelhanças com um livro brasileiro. Em contexto, devemos lembrar que o recente processo envolvendo a cantora Adele, acusada de plágio na música Million Years Ago, recuperou a discussão sobre produções estrangeiras inspiradas ou copiadas de premissas brasileiras. A disputa levantou novamente a questão dos direitos autorais e a valorização da cultura nacional.
Um caso emblemático é o do filme As Aventuras de Pi, dirigido por Ang Lee, que conquistou sucesso internacional e até mesmo um Oscar. A história, no entanto, guarda surpreendentes semelhanças com Max e os Felinos, romance do escritor porto-alegrense Moacyr Scliar publicado em 1981. A coincidência entre as obras chamou a atenção na época, alimentando debates sobre a inspiração e os limites entre homenagem e plágio, como publicou o GZH.
Autor admitiu a inspiração em Max e os Felinos
O filme foi inspirado no livro A Vida de Pi, lançado em 2001 pelo autor canadense Yann Martel. Contudo, a obra gerou controvérsias por apresentar diversas semelhanças com Max e os Felinos, romance publicado em 1981 pelo escritor brasileiro Moacyr Scliar.
No livro de Scliar, um adolescente judeu foge da Alemanha nazista em um navio e, após o naufrágio, acaba dividindo um bote com um jaguar. Já na obra de Yann Martel, Pi, filho de um proprietário de zoológico na Índia, vê sua família decidir vender o negócio. O plano é se mudar para o Canadá, onde poderiam comercializar os animais e recomeçar a vida. No entanto, o cargueiro em que viajam naufraga durante uma tempestade violenta. Pi sobrevive em um bote salva-vidas, mas precisa dividir o pequeno espaço com uma zebra, um orangotango, uma hiena e um tigre de Bengala.
Posteriormente, Yann Martel reconheceu que se baseou na premissa do livro de Moacyr Scliar, após ler uma resenha do livro. Após a polêmica, ele incluiu uma nota de agradecimento no prefácio, reconhecendo a influência da obra brasileira.