Com direção de Anna Muylaert, Clube das Mulheres de Negócios é uma mistura de comédia e drama brasileiro. Em uma realidade fantasiosa onde os papéis de gênero se invertem, acompanhamos um grupo de mulheres da elite brasileira ao longo de um dia em um clube exclusivo. Com uma trama focada em criticar a sociedade patriarcal, o longa traz uma proposta diferente para o cinema nacional.
Clube das Mulheres de Negócios aborda machismo, classicismo, corrupção, crimes e muito mais. A ideia, em princípio, é incrível. Isso porquê a forma como as críticas à sociedade são feitas é marcante e original. Além disso, a performance do elenco traz vida à produção e transpõe emoções para além da tela: as personagens nos tocam de diferentes formas e, rapidamente, desenvolvemos sentimentos e opiniões quanto a elas. A direção de fotografia e arte também entregam, em conjunto, um visual impecável.
Como, então, o longa poderia falhar? Com ideias boas, uma atuação digna e arte bem feita, o grande ponto fraco da produção é o roteiro. A história até começa bem, mas desaba rápida e profundamente. Com trechos exagerados, muito previsíveis e estupidamente arquitetados, a narrativa acaba se tornando um amontoado de situações que criticam a nossa sociedade, mas acaba deixando de lado a própria trama.
Ademais, conforme o filme avança, a própria crítica vai se perdendo e o final é simplesmente um grande caos e força uma comédia que tragicamente não se encaixa com a comicidade apresentada anteriormente. Para não dizer que o fim do longa é um desastre total, a última cena acaba agregando valor ao retomar a proposta da crítica. Por fim, ainda cabe ressaltar que o CGI utilizado no desfecho do filme é patético. A lição que fica é que nem a melhor interpretação pode salvar alguns erros de produção.