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Clube Zero

Clube Zero é o choque que estávamos precisando!

O filme indicado à Palma de Ouro em Cannes em 2023 finalmente chegou aos cinemas brasileiros no dia 18 de abril. Clube Zero cria um ambiente de seita para debater um assunto que ainda é um tabu na nossa sociedade: distúrbios alimentares na juventude.

Na trama, Mia Wasikowska é a carismática Miss Novak, uma professora que se junta a uma escola de prestígio e apresenta uma nova disciplina aos alunos que se chama “alimentação consciente”. Sob a sua liderança, os alunos começam a desafiar as normas sociais voltadas para o consumo de alimentos, até que as coisas comecem a tomar um rumo perigoso.

Afinal, quem é Miss Novak?

Podemos dizer que a protagonista realmente acredita e segue tudo aquilo que prega. Entretanto, suas motivações são mais egoístas do que em prol de um bem maior, já que somos constantemente lembrados o quão solitária ela é. Nunca vimos ela interagindo com ninguém, além daquele seleto grupo de jovens que a idolatram. Podemos dizer então, que assim como os próprios adolescentes, ela também buscava pertencer a algo e ter aceitação de outros indivíduos.

Clube Zero cria sempre uma atmosfera de angústia. Os personagens que começam a seguir as palavras de Miss Novak são jovens que possuem uma estrutura familiar conturbada, com pais negligentes ou ignorantes sobre a vida dos filhos. A angústia está no fato de você compreender que eles estão sendo manipulados pela professora, mas que são indivíduos necessitados de afeto e atenção buscando então em Miss Novak aquilo que não possuem em seus círculos familiares.

Jovens estão sempre buscando a aceitação dos seus semelhantes. Todos aqueles que ousam questionar os métodos usados por Miss Novak são automaticamente julgados, escanteados e dignos de serem excluídos. Clube Zero então cria o cenário típico do universo adolescentes: o bullying, o isolamento dos diferentes e a necessidade de pertencimento. A criação de uma seita só é possível graças ao carisma da personagem que enxerga nesses jovens “renegados” uma maneira de difundir seu estilo de vida questionável.

Somos constantemente bombardeados com a necessidades dos jovens em serem magros. Esportes que exigem corpos fortes e extremamente magros como o ballet e a ginástica fazem parte da vida dos personagens. O controle e a cobrança dos adultos perante aos adolescentes estão muito presentes no filme, mas sob diferentes aspectos: existe a cobrança estética, a necessidade de controlar a alimentação pelo motivo ambiental e até um controle afetivo buscando na comida uma maneira de se criar conexões.

O filme é repleto de cenas com linhas ou com planos pensados para formar este tipo de estrutura linear. Objetos mais arredondados, que passam uma sensação de conforto, são quase inexistentes em tela. As linhas ajudam a construir este ambiente de aflição de os personagens estarem dentro de um perfil de corpo magro, sendo constantemente reforçados pela fotografia e pela arte do filme.

Clube Zero é um filme desconfortável, mas extremamente necessário. Estima-se que mais de 20% dos jovens apresentam algum transtorno alimentar (fonte:gov.br/capes), ou seja, é um tema atual e que precisa ser levado em consideração. O cinema possui o poder de criar discussões e até mudar perspectivas, mas cabe a nós telespectadores transformar esse debate em ações concretas. 

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