Após o grande sucesso do filme Coringa, o diretor Todd Phillips apresenta, exatamente 5 anos depois, a continuação da trama. O longa é a continuação direta da história de uma das figuras mais marcantes de Gotham. Em Coringa: Delírio a Dois, acompanhamos a vida de Arthur no Arkham e o seu julgamento pelos crimes que cometeu. Com a nova proposta de um filme musical, Lady Gaga assume o papel de Arlequina.

Uma das questões que mais preocupava os fãs a respeito da continuação era o fato de ela ter sido apresentada, desde o princípio, como um musical. Com esse detalhe, se torna impossível dizer que a proposta é a mesma do primeiro filme. Ainda assim, a forma como os números musicais foram inseridos é simplesmente genial eleva o nível do longa. Além disso, se encaixa muito bem com o conceito de “Folie à Deux”, síndrome onde duas pessoas compartilham sintomas psicóticos.

Entretanto, conforme a trama se desenvolve, começa a ficar complicado entender se a segunda pessoa no delírio de Arthur seria Arlequina ou a própria figura do Coringa. Isso porquê, ainda no começo do filme, temos uma animação cheia de referências e detalhes interessantes, onde se insinua que Arthur realmente abriga uma segunda personalidade. Ademais, conforme a narrativa evolui, Harley se mostra como uma personagem muito diferente do que se esperava a partir de sua origem e de como se apresenta inicialmente.

Assim, uma das questões mais controversas do longa acaba sendo a sua narrativa. Ela é, por vezes, confusa, um pouco lenta e rasa. Isso tudo se mostra especialmente nas cenas que envolvem o relacionamento do protagonista com a personagem Lee (Arlequina). Não é exagero dizer que o desfecho do filme, em especial, dividirá opiniões e muitos fãs não aprovarão.

Elenco de Coringa é destaque na produção

Para além de uma direção de arte excepcional que já conhecíamos do primeiro filme, na sequência o elenco também se apresenta com força total. Joaquin Phoenix segue impecável no papel, e certamente conquistará os fãs mais uma vez. A visceralidade que o ator traz para suas cenas nos leva a, novamente, entender o lado do vilão. Além disso, a forma Phillips retrata o sistema carcerário (uma das críticas mais marcantes da sequência) traz notável desconforto e faz o espectador desprezar a forma como a sociedade trata Arthur.

Lady Gaga, por sua vez, assume um papel importantíssimo e consegue retratar muito bem a essência da personagem. Infelizmente, seu desfecho é um pouco desalinhado com o que conhecemos da Arlequina, mas na versão de Todd Phillips acaba funcionando – apesar de, certamente, não ser o que os fãs esperavam. Por fim, ainda cabe ressaltar que a personagem de Gaga não é a única personagem famosa de Gotham a ser introduzida na produção. Há, ainda, personagens decisivos na trama que eram desconhecidos até o momento.