Após 30 anos, ele está de volta. Hoje chega aos cinemas o tão aguardado filme O Corvo, baseado na história em quadrinhos de James O’Barr. A convite da Imagem Filmes estivemos na cabine de imprensa para contar a vocês o que esperar do novo filme do diretor Rupert Sanders.
Na história acompanhamos Eric e Shelly, que se conhecem em uma espécie de reformatório. Os passados conturbados de ambos os faz criar uma conexão e, quando fora daqueles muros, se tornam um casal verdadeiramente apaixonado. Mas o passado de Shelly a encontra e Eric passa a lutar para vingar seu grande amor.
PERSONAGENS E ATUAÇÕES
Com roteiro de Zach Baylin e William Josef Schneider, o filme traz no elenco Bill Skarsgård, FKA Twigs e Danny Huston nos papeis principais.
Skarsgård entrega uma boa atuação, apesar de não ser algo espetacular. E, infelizmente, seu personagem, mesmo sendo o principal, só ganha a forma que esperamos no último ato.
No mais, no que diz respeito às atuações e personagens, O Corvo não consegue entregar nenhum personagem que nos conquiste. Mesmo que a personagem Shelly tenha aqui uma participação real, como não acontece nas obras originais, a atuação de Twigs é fraca. O mesmo acontece com o vilão de Danny Huston, que não consegue convencer de sua maldade ou propósito.
Outro ponto que não agrada é percebermos que o casal formado por Bill e FKA não possui a ligação necessária para transmitir a química que deveria existir entre Eric e Shelly.
ADAPTAÇÃO OU INSPIRAÇÃO?
Quando uma obra escrita é transportada para o cinema temos duas possibilidades: uma adaptação, que deve ser o mais fiel possível ao escrito em questão, ou uma obra baseada, que usa o original para criar uma nova abordagem. Em O Corvo, temos a segunda opção.
A essência da história de James O’Barr está ali: Eric perde a pessoa que ama, morre e volta para se vingar. Alguns elementos das obras originais, tanto a HQ como o primeiro filme, lançado em 1994, estão no novo longa-metragem. Quem conhece os originais, irá reconhecer o cavalo no início da produção, uma frase muito específica no meio do filme e entenderá o motivo de uma ópera estar presente no ato final.
Mas é isso. Nada mais faz com que essa nova versão de O Corvo possa ser vista como literalmente um remake do primeiro filme ou como uma real adaptação da história em quadrinhos. Ele usa a essência, para criar uma nova narrativa.
AFINAL, “O CORVO” É BOM OU NÃO?
Se você, assim como eu, é fã da HQ e do filme original, sinto informar que irá se decepcionar. Será impossível não comparar esse filme com o anterior e com o quadrinho. Como remake, a nova produção é fraca, com personagens que não causam nenhum impacto e o mesmo acontece com o roteiro. Não há como amar os originais e ser conquistado por essa nova versão.
Em contrapartida, quem não conhece O Corvo até aqui, seja ou não da chamada nova geração, poderá gostar do que é entregue. Principalmente com o último ato, onde Eric realmente vem à tona com todo seu amor e ódio, determinado a acabar com todos que tiveram algum tipo de envolvimento na morte de Shelly.
A produção, como fotografia, figurino, são aspectos positivos. Mais sobre isso, você pode ler na próxima matéria sobre o filme, que chega ainda hoje.