A animação Deu Preguiça chega aos cinemas brasileiros com mensagens de superação. O longa conta a história de uma família de preguiças que precisa encontrar um novo lar após um desastre natural. Em paralelo, o restaurante da família implora por mudanças que o permitam conquistar novos clientes enquanto se adaptam à cidade grande.
A narrativa é parte do que faz o filme adequado para todas as idades: há múltiplas camadas, e cada uma chama atenção de um público diferente. Para as crianças, temos a trama das amizades, a valorização da família e a importância de descobrir quem você realmente é. Enquanto isso, no plano de fundo temos tópicos como desastres naturais, dificuldades financeiras, problemas de saúde e outras questões que chamam a atenção dos adultos. Vemos isso de maneira sutil e delicada, mas a mensagem claramente se apresenta para quem está pronto para ouvir.
A produção também representa muito bem a cultura latina ao mostrar a resistência da mãe em abrir mão das tradições e a forma como ela comanda o círculo familiar, com uma presença mais apagada do pai. A comida, por sua vez, representa a história da família e é culturalmente passada para as próximas gerações como um grande tesouro. O orgulho, o amor, a preocupação e o tempero latino são marcantes ao longo de toda a trama e certamente se destacam ainda mais com a dublagem brasileira.
Versão brasileira é destaque de Deu Preguiça
É claro que a produção por si só é boa, mas as vozes de Heloísa Périssé e Tontom dão um brilho especial brasileiro para a produção. Mãe e filha, o amor das duas ultrapassa as telonas e genuinamente toca o espectador, transformando a animação em algo muito maior. Originalmente, o longa australiano não carrega o mesmo peso e, inclusive, não foi tão bem recebido no exterior. Ainda assim, é inegável que Deu Preguiça, uma animação sobre uma família de preguiças, é mais fiel à cultura latina que produções aclamadas por Hollywood.