Com direção de Izuru Narushima e escrito por Kiyotaka Inagaki, o filme Família, com Koji Yakusho (de Dias Perfeitos) é a nova produção que a Sato Company traz aos cinemas do Brasil, a partir de 15 de agosto. A convite da empresa, já tive a oportunidade de conferir.
O longa já fez sua estreia no Japão em 2023 e foi bem recebido pela crítica. Essa é uma produção japonesa diferente, no que diz respeito ao enredo. Temos personagens (e atores) de mais de um país, inclusive do Brasil e o resultado é uma história multicultural e emocionante.
Em comunidade brasileira, Marcos, um jovem brasileiro e seus amigos de infância, se veem perseguidos por grandes e perigosos traficantes e em uma dessas perseguições, Marcos acaba na casa de uma família japonesa que o salva daquele momento. A partir daí, diversas subtramas vão se desenvolvendo e vemos se formar uma rede de interações linguísticas e culturais, relações humanas, compaixão, amor, escolhas, vingança e busca por justiça.
“Família” supera as expectativas
Juntamente da trilha sonora e fotografia, o enredo alcança o objetivo de entregar uma história com diversas camadas, além de emocionar e nos levar às lágrimas por muito tempo. Conforme a narrativa avança, o espectador vai se envolvendo com cada personagem, cada situação e torcendo para que cada um consiga ter um desfecho feliz. O que não acontece para todos. Isso, comove além do que se espera no início do filme.
Em muitos momentos, nenhuma palavra precisa ser dita e a fotografia, aliada à trilha sonora, se encarrega de nos levar às emoções e reflexões propostas. Quem não está acostumado ao cinema japonês, pode sentir certa lentidão no desenvolvimento, principalmente na primeira metade. Porém, quem já está habituado a essas produções, não irá estranhar.
Apenas uma falha…
Infelizmente, um ponto importante impede o filme Família de alcançar a nota máxima em uma avaliação.
Ao dispor de tantas subtramas, em alguns momentos ele perde o ritmo no qual se encontrava e situações acabam deixando de ter o impacto pretendido. Além de fazer com que a conexão de uma situação para a outra, não se estabeleça de forma tão natural.
Ainda assim, isso não impede que o filme conquiste o público ou que torne o impacto, principalmente da última meia hora, menor.
Em suma, Família é uma produção extremamente relevante, que une a pluralidade cultural, levanta questões de xenofobia, terrorismo, compaixão, justiça. Um filme que merece atenção e vale muito a ida ao cinema. Mas já aviso, prepare os lenços, pois não sairá dessa sessão, livre das lágrimas.
Confira o trailer, abaixo.
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