Furiosa é o mais novo filme do universo Mad Max, que conta a história da personagem anteriormente vivida por Charlize Theron em Estrada da Fúria. Aqui, acompanhamos a protagonista desde sua infância, até o momento em que a conhecemos no longa anterior, fugindo com as esposas de Immortan Joe. A narrativa chega com o objetivo de introduzir e traduzir mais adequadamente as personagens e o caminho que trilharam até a saga principal.
Com nove anos para planejar o prelúdio de Estrada da Fúria, o diretor George Miller trouxe aos cinemas mais uma obra prima. Furiosa traz uma proposta totalmente diferente de seu predecessor, com foco na narrativa tomando o espaço das elaboradas cenas de ação. Entretanto, apesar dessa alteração ser impactante e arriscar desagradar o público já fiel da saga, é impossível dizer que o filme não traz qualidade. Muito pelo contrário, é certamente um dos melhores do ano até o momento.
Um dos principais pontos de questionamento a respeito do longa desde que foi anunciado é a substituição de Charlize Theron no papel principal. E, apesar de claramente não ser uma alteração tão necessária quanto defendeu o diretor George Miller, Anya Taylor-Joy faz um exímio trabalho e apresenta com perfeição as nuances da personagem, tornando-a ainda mais icônica e elevando sua atuação ao mesmo nível que os fãs viram em Estrada da Fúria.
Entretanto, apesar da excelente performance da atriz, é impossível falar do longa sem citar Chris Hemsworth. O ator, que não deve retornar para a franquia, rouba a cena completamente e mostra que é mais que capaz de entregar personagens complexos e ser muito mais que o Thor. Com Dementus, o ator fica quase irreconhecível e transborda talento e carisma, especialmente em seu monólogo para Furiosa próximo ao fim do filme.
Furiosa mostra o resultado do trabalho de uma excelente equipe técnica
Um dos principais destaques da produção fica, certamente, com os departamentos técnicos. A direção de arte, fotografia, caracterização e toda a sonorização reapresentam o universo de Mad Max de forma belíssima. O cuidado com os detalhes e a forma como todas as propostas visuais e auditivas se conectam com a narrativa e entre si resultam em uma obra que atravessa o espectador e o faz vivenciar de perto a realidade dessa vida no deserto.