James Cameron revelou pela primeira vez que considera empregar ferramentas de inteligência artificial de maneira “ética” no desenvolvimento dos próximos filmes da franquia Avatar. Aos 70 anos, o cineasta afirmou que a principal razão é acelerar significativamente o processo de produção, encurtando o longo tempo necessário para levar as novas sequências às telas.
Ele revelou que não quer passar mais oito anos da sua vida fazendo filmes de Avatar e por isso,quer descobrir como fproduzir mais rápido, o que também tornaria o processo mais barato. O cineasta, conhecido por suas visões cautelosas sobre a IA, estabeleceu, no entanto, limites claros para o uso da nova tecnologia.
“A IA generativa pode, sim, ter um papel nisso, desde que permaneçamos dentro de limites éticos, sem nunca substituir os atores, sem nunca substituir os artistas, sem nunca me substituir como diretor ou os roteiristas”, comentou. Ao admitir o desejo de acelerar o processo criativo, o cineasta deixa claro que o ritmo tradicional dos filmes, marcado por longos ciclos de desenvolvimento, tornou-se pesado tanto no plano pessoal quanto no financeiro.

Cameron destacou ainda o enorme impacto financeiro de cada filme da franquia. Segundo ele, os valores investidos pela Disney são tão elevados que nem acompanha mais os números exatos. O diretor descreve as produções como projetos gigantescos, muito além do padrão da indústria cinematográfica, que demandam orçamentos astronômicos e precisam de retornos igualmente impressionantes para se justificarem.
Avatar: Fogo e Cinzas estreou no dia 18 de dezembro de 2025, e será seguido por um intervalo de quatro anos até Avatar 4, programado para 21 de dezembro de 2029. O capítulo final da saga, Avatar 5, está previsto para 19 de dezembro de 2031.Se os lançamentos ocorrerem conforme planejado, o encerramento da franquia acontecerá 22 anos após o lançamento do filme original, de 2009, marcando mais de duas décadas de expansão do universo criado por James Cameron.
A posição de James Cameron pode ser interpretada como um indicativo de que até mesmo a criatividade e o trabalho artesanal do cinema estão sendo pressionados por demandas de produtividade e lucro. A adoção da inteligência artificial, mesmo que usada de forma ética, sugere que as grandes produções se tornam cada vez mais dependentes de tecnologia para sobreviver financeiramente, levantando questões sobre o futuro da originalidade e do envolvimento humano no processo artístico.
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