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Jogo Sujo: Shane Black tenta ressuscitar Parker, mas tropeça no próprio assalto

Shane Black está de volta. Sete anos depois de sua última direção, o cineasta retorna com Jogo Sujo, adaptação livre da série Parker, de Donald E. Westlake.

Nada de super-heróis ou agentes secretos patrióticos. O protagonista é Parker, um ladrão profissional com código próprio: roubar só quem merece. Frio, calculista e pronto para atirar, já foi interpretado por gigantes como Robert Duvall, Mel Gibson e Jason Statham. Dessa vez, o manto ficou com Mark Wahlberg. E sim, antes que você pergunte: Robert Downey Jr. quase assumiu o papel, mas escapou a tempo.

Quando o assalto dá errado (e muito errado)

Logo no início, Parker e sua equipe encaram um assalto que descamba para o caos. Um “cidadão de bem” resolve roubar os ladrões e paga caro por isso. Mas a verdadeira traição vem de dentro: Zen, vivida por Rosa Salazar, elimina a equipe e foge com o dinheiro.

Black revolucionou o gênero com Máquina Mortífera e brilhou em Beijos e Tiros e Caras Legais. Também entregou o polêmico Homem de Ferro 3 e… o desastroso O Predador, que quase matou a própria franquia. Jogo Sujo tenta colocá-lo de volta ao jogo, mas o resultado fica no meio do caminho: divertido em partes, poucas partes.

Uma equipe improvável, Wahlberg não convence, mas Stanfield salva

Para se vingar de Zen, Parker recruta uma nova equipe: Grofield (LaKeith Stanfield), um trapaceiro apaixonado por teatro; Ed e Brenda (Keegan-Michael Key e Claire Lovering), ladrões de arte casados; e Stan (Chai Hansen), um motorista imprudente com alma de dançarino de hip-hop. O grupo parte para um golpe ainda maior, envolvendo ditadores, bilionários e joias exibidas na ONU.

Mark Wahlberg segura o papel com dignidade, mas falta a ele a intensidade sombria de Parker. O personagem, que deveria transpirar ameaça, parece mais um cara tentando pagar as contas. Já LaKeith Stanfield é o oposto: rouba todas as cenas com humor sarcástico e timing perfeito. Tony Shalhoub entrega um vilão divertido, mas pouco ameaçador, enquanto Rosa Salazar ganha impacto, mas perde consistência no roteiro.

O problema é que a Amazon quer uma franquia

A intenção do Prime Video é clara: transformar Jogo Sujo em uma nova saga de assaltos. O problema é que o filme nem decide qual tom seguir. A cena de abertura imita James Bond, o roteiro se perde com personagens descartáveis e o humor muitas vezes pesa mais que a tensão, ou seja, mais barulho do que substância.

Jogo Sujo funciona como passatempo. Tem ritmo, boas piadas e química entre Wahlberg e Stanfield. Mas também tropeça em clichês, incoerências e escolhas de produção que parecem reciclar ideias dos anos 90. No fim, fica a sensação de que Shane Black tentou reviver a magia de seus melhores dias, com um roteiro raso e ultrapassado e um elenco que poderia poderia entregar mais se o tivesse com o que trabalhar.

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