No cinema nacional, temos diversos representantes entre as comédias e dramas. Jorge da Capadócia, entretanto, abre as portas para produções de teor épico em solo nacional. O filme trata da história do santo guerreiro e se passa por volta de 300 d.C., onde Diocleciano ascende durante uma crise em Roma. Assim, inicia-se a última perseguição aos cristãos no Império Romano.
Alexandre Machafer dirigiu, produziu e protagonizou o longa, que conta também com as estrelas Roberto Bomtempo, Cyria Coentro, Ricardo Soares e Miriam Freeland. O roteiro de Matheus Souza dá um bom ritmo à narração e nos faz identificar com a figura do guerreiro, que também duvida da sua fé por vezes e enfrenta momentos difíceis.
Com escolhas interessantes, Machafer traz um novo ponto de vista para a história do santo milagroso. O famoso dragão é, aqui, uma representação do mal contra o qual Jorge deve lutar. Em paralelo à transformação de uma figura fantasiosa em metáfora, temos também a humanização do divino. Ademais, as locações são belíssimas e contribuem fortemente para que a cenografia possa bilhar.
Jorge da Capadócia surpreende e abre portas
É importante ressaltar que o longa não é perfeito. Entretanto, é impossível negar que Machafer faz milagre com o orçamento de apenas R$3,5 milhões e mostra que é possível produzir filmes das mais diversas temáticas nacionalmente, sem abrir mão da qualidade. Em comparação com super produções internacionais como Donzela, de US$70 milhões, o CGI do dragão de Jorge surpreende, e muito.
Em produção desde 2019, o longa já havia estreado internacionalmente e acaba sendo também a história de persistência de um artista que acreditou em seu sonho até o fim. Jorge da Capadócia estreia no dia 18 de abril em todos os cinemas do Brasil e é de distribuição da Paris Filmes. Além disso, o longa traz acessibilidade com libras, legendas e audiodescrição via aplicativo.
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