Com o avassalador sucesso de Wicked, os olhos do público se voltam novamente para a clássica história do Mágico de Oz. Em uma releitura que traz a narrativa para os tempos atuais, a produção russa “O Maravilhoso Mágico de Oz – Parte 1”, apresenta um novo ponto de vista. Agora, acompanhamos Ellie, uma garotinha moderna bastante mimada que não consegue desgrudar do seu celular. A trama se desenrola a partir do momento em que um tornado leva ela e seu cachorrinho para um mundo mágico.
Dirigido por Igor Voloshin, o longa russo possui um grande problema que o impedirá de alcançar o sucesso que poderia ter: timing. Com seu lançamento apenas dois meses após Wicked dominar os cinemas mundialmente, a comparação entre os dois filmes pode ser sua sentença final. Ainda assim, a produção possui um bom potencial com o público infantil. Isso porquê, apesar de ter seus problemas, o filme é visualmente fantástico e apresenta a história de uma forma mais lúdica e cheia de lições a serem aprendidas.
Por outro lado, enquanto é incrível para crianças, alguns pontos podem tornar O Maravilhoso Mágico de Oz um pouco sofrível para os adultos. A começar pelo desenvolvimento de personagem da protagonista, que é simplesmente insuportável. Ellie é mimada, rude e traz as piores características de uma criança que parece ser boazinha, mas no fundo é muito egoísta. Ao longo do filme, ela consegue aprender com seus erros, mas até que de fato melhore como pessoa, o público já não a suporta mais.
O Maravilhoso Mágico de Oz é lindo… mas nem sempre?
Pensando na parte visual, o esforço que a produção dedicou em garantir que essa parte do longa estivesse impecável não passa despercebido. Os efeitos visuais e práticos, caracterização das personagens e todo o trabalho de cenografia são bem feitos. Ainda assim, em alguns momentos a qualidade do CGI cai drasticamente, o que se torna ainda mais visível quando observamos sua excelência em outras partes do filme. Além disso, o longa se apresenta como a primeira parte da história, mas não possui previsão de estreia para sua continuação.
Por sua vez, o elenco entrega performances que por vezes fazem parecer que eles mesmos não foram convencidos pelo roteiro de que suas personagens agiriam de tal forma. Esse problema de narrativa transparece através da tela do cinema e prejudica em muito a experiência para qualquer pessoa com o olhar minimamente treinado. As personagens são inconsistentes e diversas vezes trazem diálogos que simplesmente não fazem sentido. Assim, o filme se desenrola de forma que parece estar muito mais interessado em ensinar algo que em contar uma história. Além disso, apesar de nomear o filme, o Mágico de Oz aparece somente no final, por um período curtíssimo, apenas para enviar a protagonista em outra aventura e garantir o gancho da sequência.