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Os Inseparáveis – seu novo Toy Story

Usando a premissa de objetos inanimados que ganham vida quando ninguém está olhando, a animação “Os Inseparáveis” chega aos cinemas brasileiros nesta quinta, 15 de agosto. O longa de animação é dirigido por Jérémie Degruson, com roteiro assinado por Joel Cohen e Alec Sokolow, ambos conhecidos pelo trabalho no clássico da Pixar, Toy Story.

A trama acompanha Don, um boneco de um velho teatro do Central Park, que cansado de sempre interpretar o mesmo papel de bobo e de ser ridicularizado pelos seus colegas, decide sair do teatro para viver novas aventuras e se tornar o herói de sua própria história. Nessa busca, ele encontra o urso de pelúcia aspirante a rapper DJ Doggie Dog. 

Juntos, eles formam uma dupla inspirada pelos contos de Dom Quixote de la Mancha e Sancho Pança. Don é um grande sonhador e cria diversas fantasias usando suas histórias como plano de fundo, já Doggie Dog é medroso e extremamente realista. A dinâmica dos opostos que se completam não é novidade, mas funciona bem para a proposta do filme.

“Os Inseparáveis” tinha tudo para ser uma boa animação, mas peca na execução, entregando uma história clichê e com poucos atrativos. O traço da animação em si é muito bonito e chama a atenção, principalmente pelo uso de duas técnicas em diferentes momentos: um 3D mais tradicional e detalhado em boa parte do longa, e um 2D mais chapado nas cenas imaginadas por Don.

Infelizmente o belo visual não é o bastante para convencer. O filme não tem uma história marcante, não tem nenhum personagem super carismático e engraçado a ponto de causar interesse. Nem mesmo os vilões (os adolescentes que querem roubar os bonecos do teatro para vender) são vilanescos a ponto de dar medo ou atrapalhados a ponto de tirar risadas. Talvez os personagens que mais conquistem além de Don e DJ Doggie Dog, sejam os trigêmeos guaxinins por serem muito fofos ou o cavalo de carruagem por ser engraçadinho.

Sendo uma animação completamente voltada ao público infantil, a lição que o filme traz também não é nenhuma novidade, seguindo de uma forma bem simples aquela ideia antiga de “siga os seus sonhos, encontre sua voz interior e seja quem você realmente é.” O roteiro é bem básico e não muito profundo, mas pelo menos entende seus próprios limites e não tenta ser mais do que realmente é.

Infelizmente, “Os Inseparáveis” entra naquela categoria de filmes facilmente esquecíveis. Havia ali uma grande oportunidade de trazer para as novas gerações um conto moderno de Dom Quixote e Sancho Pança, apresentando o clássico da literatura de uma forma inovadora, mas no fim, é só mais um filme “legalzinho”. Para os adultos, nada que cause grande interesse, para as crianças, talvez uma animação divertida para ver no final de semana.

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