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Resenha de Filme: Casa Izabel

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Eu ainda lembro da minha sensação ao assistir pela primeira vez ao longa-metragem ‘Casa Izabel’, em meados de maio do ano passado, na abertura da 12ª edição do Olhar de Cinema – Festival Internacional de Curitiba. Era a primeira vez, que um filme era exibido na Ópera de Arame, um dos principais cartões postais da capital paranaense. 

Foi um misto de alegria, com um certo desconforto. É incrível como os preconceitos enraizados desde nossa infância ainda nos acompanham, mesmo que em menor escala. Eu sempre me senti desconfortável em ver filmes com a temática queer do lado de pessoas – conhecidas ou não. A sensação quando criança é que descobririam meu segredo: era um menino viado. 

De volta ao filme: Brasil, 1970. Enquanto o país escancarava seu pior momento ditatorial, homens da alta sociedade se encontram na Casa Grande Izabel para deixar suas fantasias fluirem encarnando mulheres exuberantes e luxuosas. Um misto de suspense e drama, no melhor estilo brasileiro. 

Em meio a um mistério cheio de tensão, o filme exalta o mundo lúdico dessas crossdresser, seus caprichos e devaneios e, quase pouco revela a vida masculina. Uma das cenas mais lindas e tocante é, quando podemos ver outras pessoas que já passaram pela Casa ao som de Você de Tim Maia. Deslumbrante e poético, um verdadeiro triunfo do nosso cinema. 

Brilhante trabalho dirigido pelo paranaense Gil Baroni com roteiro de Luiz Bertazzo. A dupla já havia trabalhado juntos no longa Alice Junior (2019), ambos com temática voltada ao universo LGBTQIAP+. Com uma trilha que caminha com o filme, esse thriller queer trata com sutileza temas que num primeiro momento pode causar estranhamento no grande público, porém para uma plateia disposta a abraçar o diferente, sem preconceitos e olhares conservadores irá se encantar com a delicadeza do trabalho deste filme. 

No elenco nomes como Luís Melo, Jorge Neto, Laura Haddad, Andrei Moscheto, Sidy Correa, Zeca Cenovicz, Luiz Carlos Pazello, Otavio Linhares, Jeferson Ulbrich e Fábio Silves. Casa Izabel já fez uma bela carreira por festivais no Brasil e fora do país. Com diversos prêmios, o longa é o que de mais precioso temos: nossa essência única e distinta. NOTA: 4.0/5.0 

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Diogo Bueno

Diogo Bueno

Jornalista. Crítico de Cinema. Roteirista. Colecionador de Funkos e quase EX-Chiquititas.

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