Eu não sei quantos anos você tem, mas se você se sente nostálgico ao ouvir falar sobre as Tartarugas Ninjas, eu tenho certeza que você já passou pela fase da adolescência e viveu os dramas que a fase mais confusa de nossas vidas pode trazer.É nessa pegada que vivenciamos a mais nova história de Leonardo, Donnatello, Michelangelo e Rafael, em Tartarugas Ninja: Caos Mutante, 4 adolescentes cada qual com sua personalidade, gostos e que tentam encontrar seu espaço no mundo.
Uma família nada convencional
As quatro tartaruguinhas que tiveram contato com uma gosma verde e foram adotadas por um rato que também se contaminou com essa gosma, crescem sem poderem ter contato com o mundo exterior por serem diferentes.
Esse resgate da adolescência deles é um dos pontos fortes do filme, pois muitas vezes nos esquecemos que as nossas queridas tartarugas mutantes são apenas jovens, querendo vivenciar suas experiências.
Splinter abandona o ar de ser muito mais mestre e tutor e assume os medos de um pai e até mesmo o lado superprotetor por ter “filhos” que poderão sofrer por serem diferentes. Enquanto isso os meninos querem apenas ser normais: ir para escola, falar de animes e criar vídeos para as redes sociais.
O núcleo familiar se fortalece quando os cinco estão juntos e, unidos, sabem o valor que a individualidade de cada um tem para o “time”.
Os diferentes são iguais e os iguais são diferentes?
Na trajetória em busca de tentarem ser aceitos, os meninos conhecem April, uma jovem estudante que sonha em ser jornalista e tem algo em comum com nossos irmãos tartarugas que é o desejo de fazer algo grandioso para ter reconhecimento e também ser aceita. Desta forma, essa equipe diferente começa a confrontar o crime de Nova York: As Tartarugas Ninja lutando e April passando as informações para que possam chegar no criminoso que está aterrorizando a cidade. Criminoso esse que se auto denomina Super Mosca.
Ao cruzarem o caminho do criminoso pela primeira vez, os irmãos percebem que se trata de um mutante assim como eles e que traz consigo vários “iguais”, mas logo fica claro que a forma de tentar resolver as coisas são totalmente opostas da visão que Leonardo e o restante da tropa têm.
Apesar de o Super Mosca ser o principal antagonista do filme, fica a ressalva para a indústria armamentista (sempre ela) que mesmo não tendo tanto destaque, é ponto importante na trama e na criação de todo esse universo.
Animação de tirar o folego.
A animação é um espetáculo à parte, talvez a inspiração dos personagens em artistas da renascença tenha inspirado os produtores. Em um estilo que mistura o que vimos em Homem-Aranha: Através do Aranhaverso, com momentos que tudo parece um quadro de pintura a óleo e traços modernos vindos das ruas através do grafite, as cores, os contornos, tudo em seu estilo trabalha para ornar a experiência sem fazer com que as características clássicas das nossas queridas Tartarugas Mutantes se percam.
Todos somos mutantes
Tartarugas Ninja: Caos Mutante é um filme de herói sem forçar a barra, pois foca muito mais nos dramas de uma adolescência em que tentamos descobrir quem somos, descobrir nosso lugar no mundo, ao mesmo tempo que nos esforçamos para tentarmos ser aceitos simplesmente como somos. Muito além do que ver os irmãos ninjas lutando e combatendo criminosos, vemos neles tudo o que um dia já passamos nessa caminhada de tentarmos nos descobrir, afinal de contas, todos nos sentimos “mutantes” em alguns momentos da vida.
O filme refresca a mente dos espectadores, trazendo boas lembranças e sendo um salto aos olhos daqueles que cresceram assistindo suas aventuras ao mesmo tempo que, assim como nossos protagonistas, iam evoluindo e amadurecendo. Ao mesmo tempo trás o público mais jovem para pertinho, colocando assuntos e referências contemporâneas.
Um filme que vai animar os pequenos, e tocar a casca grossa dos grandões!
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