O filme de suspense dramático traz Roy Freeman(Russell Crowe), um ex-detetive de homicídios que sofre de Alzheimer. Um dia, ele foi chamado para retomar a investigação de um caso do passado: 10 anos antes, o detetive prendeu um homem, que agora está condenado ao corredor da morte e alega ser inocente. Roy pede ajuda do antigo parceiro(Tommy Flanagan), e quanto mais ele investiga essa história, uma complexa teia de mentiras se revela.
Russell Crowe(Gladiador) se junta ao filme no papel do protagonista Roy Freeman. Também se juntam ao elenco, outros atores de peso: Tommy Flanagan(Gladiador), como o ex-parceiro Jimmy Remis, Karen Gillan(Guardiões da Galáxia), interpreta Laura Baines, Marton Csokas(O Protetor), dá vida ao Dr. Joseph Wieder, Harry Greenwood(A criatura do deserto), é Richard Finn, Lynn Gilmartin(Jogo Perfeito) dá vida à Diane Lynch e Elizabeth Blackmore(Evil Dead), como Dana Finn.
Com uma trama envolvente, o filme consegue prender a atenção do espectador do início ao fim. O suspense em torno do mistério foi muito bem construído e não entregou logo de cara o desfecho daquela história. De pouco em pouco, o longa oferecia novas informações sobre o caso investigado pelo protagonista, e isso foi a parte mais interessante, porque atiçava a curiosidade do público em sempre querer saber mais. Quando o espectador achou que já sabia de tudo, mais coisas vinham à tona e mudava toda a perspectiva que se tinha sobre a trama. Quanto mais o filme avançava, mais informações eram reveladas e mais o rumo da história era mudado. É nítida a preocupação que o filme teve em como iria entregar esses detalhes de uma forma cativante e sem relevar o final surpreendente.
A forma escolhida para narrar toda a história foi muito criativa e intrigante. A proposta do filme é mostrar Roy investigando o caso, porém é interessante que o filme mostra as situações sob a perspectiva dos personagens secundários. O longa sai do típico clichê de um detetive que vai atrás de pistas concretas que levam diretamente ao assassino. Nessa história, o espectador está vendo a perspectiva dos personagens, o que eles pensam, ou querem que o público pense, e quanto mais a trama avança, mais se tem um choque de informações que colocam a verdade em xeque.
Foi muito interessante também que o filme começa com uma única proposta: saber se Isaac Samuel, o acusado do crime, realmente era inocente ou não. Entretanto, a história realmente faz jus ao título(A Teia), porque novas informações surgem, e com isso mais mistérios a serem descobertos vêm à tona. O que inicialmente só se esperaria ter um único plot twist, na verdade tem vários. Isso deixou a trama muito mais interessante, intrigante e confusa, não de um jeito ruim, mas sim porque não se sabe em quem ou no que realmente acreditar. Todos os plots criados têm uma conexão com o plot principal. O filme cria um quebra cabeça para o espectador, onde todas as partes contadas são importantes, mas realmente só se sabe o resultado final quando estiver tudo “montado”.
Sobre o plot twist principal, ele foi muito criativo e pegou de surpresa o espectador. Dificilmente o público esperaria um desfecho desses. É a partir disso, que pode-se dizer que esse filme, por ser um suspense policial, cumpriu seu objetivo. Além disso, ele foi muito bem elaborado e feito de forma bem metódica, para não entregar o culpado logo de cara.
Russell Crowe, como sempre, deu um show na atuação dramática. Ele conseguiu incorporar bem o personagem e passar o ar dramático, confuso e misterioso de Roy Freeman. Outro ator que se destacou foi Harry Greenwood, no papel de Richard Finn. Apesar de ser um personagem secundário e com um tempo mediano de tela, Harry conseguiu interpretar bem a obsessão e a esquisitice do romancista.
O Alzheimer do protagonista foi muito bem desenvolvido na trama. A premissa em si já foi boa: trazer um ex-policial com Alzheimer, que mal lembra do próprio nome, para investigar um caso controverso. O filme deixou bem clara a doença que Roy tinha e a gravidade dela. A forma como a condição de Roy foi utilizada foi muito interessante. Constantemente eram mostrados lapsos de memórias que, ora eram claros e nítidos, ora eram confusos e que ,naquele momento, o espectador não entendia, mas no final da trama tudo se encaixava perfeitamente. Além das informações do processo investigativos, os lapsos também eram fundamentais para que o público entendesse o que estava acontecendo. Foi muito criativo e bacana usar essa questão como um artifício para o suspense e para a compreensão do mistério.
No entanto, apesar dos efeitos do Alzheimer terem sido muito bem explorados, o filme poderia ter aproveitado melhor as consequências. A trama até apresenta um pouco a situação em que Roy se encontra, porém seria interessante também poder ver mais a fundo como ele lida com essa doença no dia a dia, as dificuldades enfrentadas. O filme mostra que ele sofre com essa condição, porém poderia ter sido interessante para a trama e para o desenvolvimento pessoal do personagem, ver mais o dia a dia dele com isso.
A Teia foi um filme bastante interessante e que atiça a curiosidade. É nítido que houve uma preocupação bem metódica com as informações e em como iriam ser apresentadas ao público. Ele sai do típico clichê policial, e explora essa “busca pela verdade” de forma bem criativa e original. A Teia chegará aos cinemas dia 2 de maio. O ingresso para a pré-estreia já está disponível no Ingresso.com.
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