Brilhando em múltiplos eventos na temporada de premiações, Um Completo Desconhecido é a cinebiografia do cantor e compositor Bob Dylan. Baseado na obra “Dylan Goes Electric”, o longa foca na carreira de Bob até o momento em que ele troca seu violão por uma guitarra. Com um elenco de ponta, a obra contou com o auxílio de Dylan para ser produzida.
Dirigido por James Mangold, a produção, majoritariamente factual, mistura detalhes fictícios com maestria para transformar a história de Dylan em uma emocionante trama cinematográfica. Antes de qualquer coisa, o talento do elenco é um detalhe impossível de passar despercebido. Todas as músicas são cantadas e tocadas pelos respectivos atores, que o fazem com maestria. Aqui, Timothée Chalamet se destaca em muito ao trazer versões modernas das músicas de Dylan com fidelidade impressionante.
Além dele, Monica Barbaro e Boyd Holbrook brilham ao dar vida a Joan Baez e Johnny Cash. Mas, não podemos deixar de falar de Elle Fanning. A atriz interpreta Sylvie Russo, uma personagem criada para representar Suze Rotolo, a musa de Bob Dylan na vida real. Apesar de não ter o desafio de reproduzir músicas icônicas, Fanning entrega uma grande complexidade à personagem. Sylvie é uma amostra clara do quão incrível e frustrante pode ser viver ao lado de alguém como Dylan. Com sutileza, a atriz exibe toda a alegria e dor da personagem, além de deixar bastante nítido como ela conquistou o coração do protagonista: com sua inesgotável inteligência e carisma.
Um Completo Desconhecido retrata a ascensão e queda de Bob Dylan
Inicialmente, o longa nos apresenta uma versão humilde e insegura de Dylan: era apenas um garoto que gostava de música e queria viver disso. Conforme o cantor conhece Sylvie, Joan e se aproxima mais de seus ídolos, vemos isso mudar. As opiniões e trejeitos de Bob começam a aflorar, refletindo em sua música e atitude. Aos poucos, ele se revela o que conhecemos do artista e isso reflete no rumo de sua carreira como um todo.
Por fim, a produção nos permite entender as mudanças mais marcantes no começo da carreira do astro, as pessoas que o influenciaram e como a figura que conhecemos surgiu. A obra é, inegavelmente, uma apresentação fidedigna do surgimento de Bob Dylan no mercado musical e merece os holofotes que está recebendo. A rejeição de rótulos, o flerte com a linha tênue entre o real e o irreal e o “completo desconhecido” marcam o filme e o tornam uma verdadeira obra de arte.