Levantem suas taças em nome do saudosismo que X: A marca da morte traz com toda sua desenvoltura quando refere-se aquele slasher raiz! Esqueça qualquer pudor, porque aqui o X também é adulto, mas neste caso, até demais. Peguem um lencinho para limpar todo o sangue que escorre por entre os respingos mais violentos e observe esse desenvolvimento fantástico e extremamente ousado que seu diretor Ti West (A Casa do Demônio) parece tirar da cartola com grande expertise.
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Uma câmera, um pornô e um sonho
Um grupo de jovens viajando para o Texas na década de 1970 para gravar um filme pornô, o que pode dar de errado? Ela mesmo, a morte! Em 1979, Maxine, uma atriz da indústria pornográfica, seu namorado Wayne, seu produtor e mais um grupo de atores resolvem que seria uma grande ideia ir até a fazenda de Howard e Pearl (A tão amada Pearl, para quem já conhece a franquia), para gravar The Farmer´s Daughters.
Como nem tudo são flores, grandes enredos só se fazem com personagens, no mínimo, peculiares. Os excêntricos anfitriões começam a apresentar trejeitos dignos de uma batida no ombro, um olhar sereno e aquela famosa frase “Tá tudo bem?”. Howard, amante de sua espingarda, é um senhor extremamente temperamental. Já Pearl, que até então só se sabe sobre a excêntrica velinha que esta representa no filme, começa a perseguir Maxine. Com as gravações bem animadas de tal produção sem o conhecimento do casal, tudo parece desandar mais ainda quando ambos descobrem do que realmente se tratava toda aquela movimentação em sua fazenda.
Sobre o filme do filme a gente sabe, mas e sobre X: A marca da morte?
Com a faca, o queijo e todo o banquete em mãos, observa-se um enredo digno de uma premissa extremamente bem estruturada. Sugerindo paralelos com um dos pilares do gênero slasher, orquestra o papel do sexo com outras significâncias. Nesta obra, não é mais a mocinha virgem que sobrevive, enquanto o homem mascarado a persegue e mata todos os drogados. Aqui, o julgamento não passa pelo batente da porta, dando vez a personagens consideravelmente atípicos em suas escolhas.
Não há motivos para se envergonhar dos sonhos que todos os dias se é permitido perseguir, mas é nítido a ironia perante a temática produzida pela A24 quando equiparada com outras produções do mesmo estúdio, como O Massacre da Serra Elétrica e Hereditário.
Essa obra adulta – até demais – foi lançada nos cinemas brasileiros em agosto de 2022, marcando o começo de uma trilogia idealizada pelo diretor Ti West, que traria seu prelúdio – Pearl (2022) e sua sequência chamada MaXXXine (2024), mostrando que X: A marca da morte, trouxe um enredo e cenas de tirar o fôlego – De maneira bastante literais.
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