E se coubesse a você lutar contra toda a sua família para mostrar a verdade por trás de um grande mito? A Lenda de Ochi, novo filme da A24, é surpreendentemente acolhedor e resgata a fórmula de como se fazem filmes para a família, há muito esquecida. David Longstreth, responsável pela atmosfera musical fascinante, acerta e, como um maestro, rege a experiência que é A Lenda de Ochi.
Dirigido e roteirizado por Isaiah Saxon, A Lenda de Ochi acompanha a jovem Yuri (Helena Zengel), que vive na isolada ilha de Carpathia. Durante toda sua vida, ela ouve as histórias aterrorizantes dos temidos Ochis. O pai de Yuri, Maxim, interpretado por Willem Dafoe, é o líder do grupo responsável por matar as criaturas e manter o pequeno vilarejo a salvo deste terror. No entanto, tudo muda quando, durante uma expedição para exterminar com os monstros, ela encontra um pequeno ochi machucado e se conecta com o bichinho.
Com lembranças de “Como Treinar o Seu Dragão”, “Ponte para Terabítia” e “Bambi”, A Lenda de Ochi traz debates importantes sobre perda, vingança, meio ambiente e família. Durante sua aventura com o pequeno Ochi, Yuri precisa enfrentar seus próprios medos. A garota, abandonada pela mãe (Emily Watson) e com uma relação frágil com o pai, encontra na criatura a família que buscava.
No entanto, ao se identificar com o Ochi, ela começa a perceber de onde vieram todos os seus talentos. A força para enfrentar a aventura e os desafios necessários para devolver o animalzinho para o bando ao qual pertence vieram da sua própria família. Tudo isso ocorre enquanto o telespectador se envolve em uma ambientação visualmente fria e sonoramente quente.

Leveza e seriedade
Isaiah Saxon consegue trazer o estilo independente da A24, responsável por Pearl, Mindsommar e Hereditário, para dentro do longa. Contudo, o diretor mantém a construção amigável de um filme que pode ser assistido durante a tarde na TV da sala. A Lenda de Ochi certamente é uma produção para ser vista na escola e depois, durante uma atividade, ter a pergunta “qual a mensagem principal do filme?” para os alunos responderem.
O final pode até ser previsível para quem já está acostumado com este tipo de história. Mas A Lenda de Ochi é emocionante, envolvente e belo. Lançado no Brasil em fevereiro de 2025, a animação Flow é uma bela comparação com o longa de Saxon. Histórias diferentes, animação e live action, porém duas narrativas fortes e que merecem as telas dos cinemas.
O filme, que estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 22, também tem no elenco Finn Wolfhard, o Mike de Stranger Things. No entanto, apesar de ser um rosto conhecido, o ator passa quase despercebido, se não fosse “culpa” do personagem de Finn dois importantes momentos de A Lenda de Ochi.
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