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Astronauta: um primeiro passo para animações brasileiras

Astronauta é uma série animada de seis episódios que chegou ao catálogo da Max em 18 de outubro, contando a história do clássico personagem da Turma da Mônica, mas com uma pegada mais adulta e puxando assuntos da ficção científica. A série possui Marco Pigossi como voz original do Astronauta e Mel Lisboa como Ritinha.

Um primeiro tópico importante para destacar é a importância da série. O cenário de cinema brasileiro é muito mais complicado, comparado com outros países, e quando se fala especificamente de animação, as dificuldades intensificam ainda mais, sendo uma arte quase que restrita para animadores indendentes.

Tendo isso em vista, é excelente que Astronauta seja destaque em um streaming como a Max, porque dá um primeiro passo para investimentos maiores em animações brasileiras. Outro ponto que vale destacar é justamente a ideia de adaptar o universo da Turma da Mônica, que é amplamente popular, e tem histórias muito ricas, como as feitas nas edições da MSP, que a própria série do Astronauta se inspira.

Mesmo com toda a importância da série, há alguns pontos negativos que ainda devem ser citados. O primeiro é em relação à própria animação, que conta com recursos excessivos que são menos animados, como personagens falando de costas ou na sombra, motion comic. Mas é possiível dar uma relativizada nessa pelo fator do investimento, e por outro lado, a arte apresentada é um dos pontos mais fortes da, com cenários deslumbrantes muito inspirados no traço de Danilo Beyruth, autor das graphic novels de Astronauta.

Outro problema é o ritmo, que embora seja fácil de acompanhar, já que cada um dos seis episódios são de aproximadamente 20/25 minutos, faz com que a trama seja muito apressada, e não consiga desenvolver adequadamente seus personagens. Isso gera por algumas vezes diálogos muito expositivos, sendo que algumas situações deveriam ser apresentadas ao invés de comentadas.

O problema anterior seria grande com qualquer personagem, mas o Astronauta sempre teve suas questões internas muito bem exploradas nas histórias, com a culpa do personagem por estar longe da família e amigos (principalmente Ritinha) sendo abordada de forma muito criativa (como na HQ Magnetar, onde o personagem alucina com seu avô). Apesar da boa interpretação de Marco Pigossi e Mel Lisboa, faltaram mais elementos no roteiro que pudessem abordar esse traço da personalidade do Astronauta.

Se os personagens principais acabam recorrendo aos recursos citados anteriormente, isso se intensifica ainda mais com os secundários. Um erro muito grande da série é tentar adicionar muitos personagens, como o General Alves, o antagonista Cabral, e os membros da tripulação, mas nenhum deles consegue um desenvolvimento adequado, muitas vezes se apegando a situações clichês, fazendo com que o telespectador não crie uma empatia adequada.

Astronauta é uma obra importante para o desenvolvimento de animações brasileiras, e é bom saber que o primeiro passo foi dado justamente com um personagem de Maurício de Souza. No entanto, assim como todo primeiro passo, há muito que pode ser aprimorado. Felizmente foram deixadas pontas para uma segunda temporada, e esperamos que nela possam ser exploradas mais da criatividade e elementos já vistos no personagem, como os quadrinhos de Danilo Beyruth.

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