O diretor Caco Souza e a A2 Filmes trazem para gente um novo thriler nacional de suspense entitulado ATENA. Estrelado por Mel Lisboa e Thiago Fragoso, o filme conta a história de Atena (Mel Lisboa), uma mulher que foi abusada por seu pai durante a sua infância e que hoje vinga outras mulheres que sofrem de abusos e violência doméstica por seus parceiros. Nessa cruzada de encontrar também rastros do seu pai desaparecido, o jornalista investigativo Carlos (Thiago Fragoso) a ajuda a localizar seu pai e Atena parte em busca da sua vingança.
Logo de cara o filme começa com uma cena de perseguição na cidade de Gramado, no Rio Grande do Sul, com aquela música tensa, mostrando o modus operandi da personagem Atena para caçar os seus alvos; homens abusadores de mulheres e crianças. Essa é a trama principal do filme, do começo ao fim, buscando mostrar sempre com cenas impactantes (mas não chocantes e nem explícitas), o porquê esses homens são alvos da Atena.
Também não demora muito para o filme explicar a motivação da personagem de Mel Lisboa; a justiça não age para proteger e acolher essas mulheres e tão pouco punir os abusadores. A cena da delegacia, onde uma mulher que foi espancada por seu marido, tenta denunciá-lo e as funcionárias a tratam com desdém. É um retrato fiel (e cruel) da realidade das delegacias especializadas nesse tipo de atendimento. É uma cena que incomoda, e de fato é proposital.

O desenrolar da trama do filme ocorre muito bem nos seus primeiros dois atos, mas no último ato o filme perde um pouco o seu rumo e acaba perdendo um pouco do que foi construído até então. Também existem algumas sub-tramas que não tem fim, isso é um fato problemático num filme que até então desenrolava muito bem a sua história.
Tecnicamente o filme é impecável; a trilha sonora de Ricardo Severo sempre sabe onde colocar suas composições, alternando entre momentos de tensão e calmaria. A edição de Leonardo Domingues e Taís Palinski monta muito bem o filme em cima do roteiro de Enrico Peccin, que falha no terceiro ato do filme, ao tentar fechar a história de uma forma um tanto confusa e destoante do restante do filme, além de deixar certas pontas soltas e personagens que são apresentados com uma certa importância, mas que no decorrer da trama somem sem explicação.

Mas o filme acerta, e muito, na sua escalação e no seu elenco principal: Mel Lisboa faz uma Atena forte e determinada, que não desiste dos seus objetivos e, principalmente, do seu senso de justiça e vingança. Thiago Fragoso vem muito bem como o repórter Carlos, que ao investigar os casos de assassinatos de homens que são marcados com os dizeres “estuprador” na pele, descobre sobre a vida regressa de Atena e decide ajudá-la na sua busca por seu pai. E falando nele, interpretado por Gilberto Gawronski, o personagem Antonio é a própria face do perverso, exercendo seu poder e controle sobre sua nova família, agora foragido e estabelecido em Montevidéu no Uruguai.

No fim de tudo, ATENA é um bom filme, com uma história que te prende desde os primeiros segundos de tela, com uma direção acertada, porém com um terceiro ato confuso e um final um tanto previsível. Esse filme estréia dia 31 de Julho nos melhores cinemas do Brasil. Assista ao trailer aqui:
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