Capitão América: Admirável Mundo Novo chegou aos cinemas no dia 13 de fevereiro, sendo o primeiro filme da Marvel em 2025, o que já pode indicar um alerta, pensando no que será o futuro do herói e de toda a franquia da Disney.

O longa acompanha vários problemas que infelizmente se tornaram recorrentes do UCM, começando pela sua história. Mesmo tendo Anthony Mackie como um protagonista carismático, a trama se ancora em elementos já repetidos em outros filmes. Ao assistir Capitão América 4, é possível ver as mesmas coisas apresentadas ao longo da franquia, principalmente a política de Guerra Civil e o teor de espionagem em Soldado Invernal, mas executadas de forma muito inferiores e vazias.
Além de Anthony Mackie, o único que também vale destaque é Harrison Ford, que entrega dentro do que o texto lhe proporciona, principalmente quando se trata do drama do General Ross com sua filha. No entanto, esse é um resgate que eles fazem do Incrível Hulk de 2008, o que não ajuda para causar empatia, devido a distância temporal das obras. São cenas isoladamente bem feitas, mas falta um desenvolvimento para a carga dramática necessária.
Agora se tratando dos outros personagens, esses elogios não se aplicam. A necessidade de existir um novo Falcão para acompanhar o Capitão América mostra a falta de criatividade em apresentar diferentes propostas para o filme, tendo várias apresentações de personagens que evidentemente não terão grande relevância, seja no filme ou no universo. Inclusive, o vilão aqui apresentado é mais um para a lista de vilões esquecíveis da Marvel.
Essa grande quantidade de personagens evidencia a grande quantidade de refilmagens que o filme passou, e fica claro quais tramas parecem ser anexadas na história. O caso mais evidente é o de Giancarlo Esposito, que teve tempo nos trailers, mas aqui aparece muito brevemente, sendo praticamente irrelevante, o que é uma pena, pensando na qualidade do ator, que até um tempo atrás o ator estava sendo cogitado para ser o Magneto em um filme dos X-Men.
As cenas de luta acompanham a crítica negativa. Se nesse aspecto tivessem imitado as coreografias de Soldado Invernal, ainda seria vantajoso, mas o que temos aqui são sequências mal dirigidas, com um número exagerado de cortes. A única é exceção é no combate com o Hulk vermelho, mas talvez por mostrar de volta ao telespectador um “gostinho” do que deveria ser o Hulk no UCM.
Por fim, outra coisa que deve ser contestada é a campanha de marketing, que fez um destaque gigantesco para o Hulk vermelho, sendo que o filme trabalha para isso ser uma surpresa do final. As pessoas que estão indo por causa disso vão se decepcionar com uma participação de no máximo 15 minutos. Essa estratégia de marketing também diz muito sobre o verdadeiro produto que eles tinham em mãos.
Capitão América: Admirável Mundo Novo é mais um filme que vai entrar na lista negativa de obras que a Marvel tem produzido pós Ultimato. Além dos erros básicos, é triste ver como ainda tem tramas que sequer foram tocadas e que poderiam ser destaque nessa nova fase, como os já citados X-Men ou o Miles Morales, mas ao invés disso optam por reciclar tramas já apresentadas. Se o filme do Quarteto Fantástico não trouxer um gás novo, é difícil saber o que irá salvar a Marvel nos cinemas.