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José Arcádio Buendía, um dos destaques da trma de Cem Anos de Solidão

Cem Anos de Solidão e a formação de um povo

Cem Anos de Solidão chegou a Netflix no dia 11 de dezembro, adaptando a história homônima de Gabriel García Márquez. A série possui 8 episódios, contando a formação de Macondo pela família Buendía. A produção tem a direção de Laura Mora Ortega e Alex García Lopez.

Foto dos bastidores de Cem Anos de Solidão

Uma grande feito de Cem Anos de Solidão é dar um passo enorme para produções latinoamericanas, que normalmente são trabalhadas sempre com estereótipos que não permitem com que aconteça uma devida conexão. Nesta série, o caminho (felizmente) é o contrário. Mesmo sendo uma produção que retrata a história da Colômbia, é uma produção para o povo latinoamericano, então é muito fácil traçar a similaridades com outras culturas.

O único recurso que consegue acertar e errar em diferentes momentos é o da maquiagem. Isso porque a série opta por manter alguns atores do mesmo jeito, mesmo com a evolução do tempo. Os exemplos mais claros disso são os personagens José Arcádio Buendía e Úrsula, ainda enquanto jovens adultos. Seus filhos crescem, passando por todas as etapas da infância, mas o casal permanece igual. No entanto, quando há a troca de atores, o envelhecimento é bem mais evidente, e esse é muito bem feito.

Como a história gira em torno de Macondo, o desenvolvimento da cidade vale o destaque. É impressionante como o design de produção trabalhou de uma forma que você sente a evolução, parecendo que o local é sempre o mesmo, mas foi avançando conforme o tempo passava, começando de uma pequena vila de pau a pique até uma cidade de fato.

Assim como há o desenvolvimento da cidade enquanto estrutura, há o desenvolvimento das ideias que nela são debatidas, e isso também é impressionante, ver como temas vão entrando sorrateiramente na trama e logo servem de palco para a história principal, como a inclusão de uma igreja na cidade e a disputa política entre conservadores e liberais.

No entanto, a série tem uma tarefa ingrata de contar a história de todo um povo, e por vezes o ritmo dos acontecimentos não é tão fluído. Os casos que isso foi mais evidente foi a briga entre Rebeca e Amaranta por Pietro, que se tornou um conflito desde a primeira cena que o personagem aparece, e o envolvimento político de Aureliano com os liberais, que muda bruscamente, de alguém indiferente à política para o coronel mais respeitado de Macondo. Ambas poderiam ter sido aprofundadas mais gradualmente, já que englobam a temática central da história.

Um elemento que pode causar divergências entre aqueles que assistem a série é a presença de elementos sobrenaturais, no chamado realismo mágico. Apesar disso estar presente nos livros de García Márquez, é uma coisa que pode causar estranhamento para quem não é familiarizado com a obra original, já que aparece em momentos muito pontuais que praticamente não interferem na trama principal.

Um aspecto impressionante que contribui para a linguagem poética da obra é o aspecto da fotografia, que além de fornecer visuais deslumbrantes, também permite que a história seja contada sem depender diretamente da narração.

Cem Anos de Solidão traz com muito êxito a qualidade que uma produção latina merece. Ela possui alguns erros mais fáceis de serem contornados, e outros que são compreensíveis dada a dificuldade de adaptação, mas mesmo assim a trama consegue ser muito rica e trazer grandes tópicos da complexidade que é a formação de um povo, tudo isso ao longo de apenas 8 episódios.

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