Criaturas do Senhor é um dos sete novos lançamentos do Adrenalina Pura, streaming em ascensão pelo seu vasto catálogo. O filme é um drama psicológico sobre uma vila de pescadores varrida pelo vento na qual uma mãe está dividida entre proteger seu filho ou contar a verdade depois de um crime. Essa dúvida irá corroer sua família e a pequena comunidade de pescadores em que vivem.
O elenco conta com o ator indicado ao Oscar, Paul Mescal (Normal People; Aftersun), Emily Watson (Chernobyl; A Menina que Roubava Livros), Aisling Franciosi (Não Fale o Mal; Game of Thrones) e Toni O’Rourke (Krypton).
Lançado em 2022 pela A24, Criatura do Senhor é uma produção irlandesa dirigida por Saela Davis e Anna Rose Holmer. O filme é a estreia de Davis como diretora após uma carreira como editora. Holmer já exerceu a função de diretora em trabalhos anteriores, como a série The OA.
Você pode conferir o trailer de Criaturas do Senhor clicando aqui.
Adrenalina Pura
O Adrenalina Pura é um novo canal de streaming que foca seu conteúdo em alguns gêneros específicos.
Conhecido por sua curadoria de filmes de ação, catástrofe, terror e suspense, as novas adições ao catálogo prometem eletrizar o mês de setembro dos amantes da sétima arte. O streaming conta com quase 400 produções, inclusive originais do Adrenalina Pura, e está disponível na Prime Video Channels, Apple TV e Claro TV+. Com uma assinatura mensal de R$ 14,90, você tem acesso ao canal e ainda a flexibilidade de cancelar a qualquer momento.
A Black teve a oportunidade de assistir aos novos filmes do catálogo e compartilhar nossas impressões com você ao longo desta semana. É só conferir nossas análises no portal!
Criaturas do Senhor
Nesta pequena aldeia de pescadores ninguém sabe nadar. É um fato curioso, considerando que eles vivem do mar. O motivo dado para este fato é que se ninguém souber nadar, ninguém vai tentar ser o herói e salvar alguém que caia ao mar, algo que poderia resultar em duas mortes. É cada um por si.
Quando Brian (Paul Mescal) retorna para casa após um longo período no exterior, ele se deparada no funeral de um antigo amigo que morreu afogado. Brian então decide se dedicar ao antigo trabalho da família, o cultivo de ostras, e voltar a viver na cidade.
O filme é coberto por uma névoa de segredos e mistério, nenhuma informação é simplesmente revelada à audiência, mas é bem nítido logo de cara o quanto a relação de Brian e sua mãe, Aileen (Emily Watson), é próxima. Eles parecem cumplices, melhores amigos, talvez.
O amor que Aileen sente por seu filho é tão grande que ela parece disposta a tudo para vê-lo ser bem sucedido, inclusive cometer pequenos delitos em seu nome. Em suas tentativas de ajudá-lo, Aileen rouba de seu próprio local de trabalho, estimula atividades como pesca clandestina e se responsabiliza por toda a sua bagunça (literalmente falando, ele chega em casa largando tudo pelo caminho e é ela quem cata depois).
Mas a pergunta que fica é: até que ponto uma mãe estaria disposta a ir por seu filho?
ALERTA DE GATILHO
Atenção! O filme aborda temas pesados como estupro. Se essa temática não te deixar confortável, sugerimos que você prossiga com cautela ao ler os próximos parágrafos, pois abordaremos essa parte da trama do filme. O mesmo vale para assistir ao filme Criaturas do Senhor.
Existe limite para amor de mãe?
Em Criaturas do Senhor, esta questão é trabalhada quando Brian é acusado por uma jovem de tê-la estuprado e sua mãe decide mentir para a polícia para acobertar o possível crime de seu filho.
Sarah (Aisling Franciosi), que conhece Brian desde a infância e trabalha no mesmo local que Aileen, é quem faz a acusação contra ele. De acordo com ela, após uma noite num bar, Brian a seguiu até um píer e a violentou. O fato é que Brian estava com Aileen no bar, mas ela diz para a polícia que os dois nunca saíram de casa naquela noite.
Criaturas do Senhor não ignora os problemas estruturais da nossa sociedade. Ao invés de explicitá-las, o filme opta por uma abordagem mais sutil, mas não menos contundente. A mentira de Aileen se torna um catalisador, revelando as profundas raízes de um sistema patriarcal que culpabiliza a vítima e protege o agressor. A naturalização da violência e a desconfiança nas mulheres, elementos intrínsecos a essa estrutura, são expostos com maestria.
A culpa, remorso e vergonha consomem Aileen de tal maneira que ela precisa se posicionar. É assim que ela toma uma difícil decisão. No entanto, apesar de ser, provavelmente, uma das coisas mais difíceis que ela já fez (ou fará), Aileen finalmente está livre!