O tão aguardado “Longlegs – Vínculo Mortal” finalmente chegou aos cinemas e nós, já conferimos. Dessa vez, além de atuar no longa-metragem, Nicolas Cage também faz parte da produção. Sempre que ouvimos seu nome, expectativas são geradas e em Longlegs, elas não apenas foram atendidas como também, superadas.
SINOPSE
Com roteiro e direção de Oz Perfins, esse é um thriller/terror ambientado na década de 1990. A jovem agente do FBI, Lee Harker (vivida por Maika Monroe), devido ao que parece ser uma intuição extremamente aguçada é chamada para integrar a equipe que busca o serial killer denominado Longlegs.
Dentre as pistas e semelhanças entre os casos ocorridos até então, estão uma coincidência numérica, famílias que possuem uma filha ainda criança, um pai que assassina sua família e em seguida tira a própria vida. Tudo isso motivado, ao que tudo indica, por uma única carta. Mas à medida que as investigações avançam tudo vai se revelando muito mais profundo e nebuloso do que se pode imaginar. Além de práticas de rituais ocultos, o passado da própria agente Lee começa a se interligar em toda a teia que vai se formando.
DESENVOLVIMENTO, PERSONAGENS E ATUAÇÕES
Ao longo de 1h40min Oz Perkins cria um verdadeiro quebra-cabeças muito bem estruturado. Desde o início, veremos tanto o passado quanto o presente de toda essa história e a cada momento, uma nova peça é entregue. Cada uma, deixa o espectador mais intrigado que a anterior e a atenção, bem como apreensão, consegue ser mantida durante todo o filme.
Embora tantas informações separadas possam ser motivo de receio para nós, cinéfilos, uma vez que é muito comum roteiros assim se perderem, isso não acontece em Longlegs. Perkins entrega uma narrativa completa, onde todas as peças vão se encaixando e cada situação vai sendo esclarecida no tempo correto.
O núcleo de personagens é pequeno, porém, elaborado de forma certeira. Cada um é muito bem desenvolvido; é perceptível o cuidado com o qual foram criados, abrilhantando ainda mais o desenvolvimento do enredo. A agente Lee é retraída, solitária e desde o início isso gera no espectador curiosidade e no momento exato, tudo o que transformou nessa pessoa introspectiva e tão atenta a detalhes, é revelado. Maika Monroe rouba a cena não só por seu grande tempo de tela, mas por sua atuação impecável.
No que diz respeito ao vilão, Nicolas Cage não deixa nada a desejar e seu personagem ainda é uma grande e grata surpresa. Ele chega em Longles muito diferente do que acostumamos a ver em sua carreira, tanto em aparência como em personalidade e com ótima atuação.
INTERTEXTUALIDADE EM LONGLEGS
Algo que chama muito a atenção e é um plus para os fãs de cinema, é a quantidade de referências que se pode perceber dentro de Longlegs. Além de toda a atmosfera dos anos 1990, muito ali faz lembrar de O Assassino do Zodíaco, O Silêncio dos Inocentes, Annabelle. E tudo é muito bem trabalhado, entregando uma trama detalhada que conquistará os cinéfilos mais exigentes.
Em suma, Longlegs prova que o terror, o assustador, pode estar muito mais em uma personalidade, no estranho, no desconforto causado e até mesmo no grotesco, do que em um banho de sangue, algo que não é necessário aqui. O filme faz jus à todas as boas notas e elogios que tem recebido. Se você é fã de um bom suspense, precisa conferir.