Dan Da Dan: Evil Eye foi lançado no dia 19 de junho, exclusivo para as telas do Cinemark no Brasil. O filme dá sequência direta aos acontecimentos do final da primeira temporada do anime, quando Momo Ayase e Okarun vão até a casa de Jiji para investigar possíveis assombrações.

Um primeiro problema que Dan Da Dan: Evil Eye comete é a forma de retomar o que foi contado anteriormente. Isso é relativamente normal de ser feito, ainda mais quando uma obra vai para uma nova mídia, mas aqui são quase 20 minutos só mostrando os acontecimentos, o que deixa um começo bem desinteressante para os que já lembram do que foi visto no anime, que deve ser majoritariamente o público-alvo. O problema ainda aumenta quando vemos que o final é feito de forma abrupta, sem um devido desfecho que poderia ter usado o tempo gasto para flashback.

Para efeito de comparação, Spy x Family Código: Branco também usa o recurso de contar o que foi visto anteriormente, mas é executado de uma forma muito mais efetiva, com uma apresentação rápida dos personagens e suas características mais marcantes, o que deve levar uns 5 minutos de tela no máximo.

Um outro problema que acontece ainda no início, e infelizmente é algo que está presente tanto no anime quanto o filme, e acredito que seja o problema mais grave de Dan Da Dan: as cenas que remetem à assédio e abuso. Se isso já gerou um incômodo no primeiro episódio do anime, aqui é ainda pior, e mais uma vez é uma cena que não tem propósito narrativo nenhum, sendo apenas o “choque pelo choque”.

Agora, depois de passar por todos esses problemas, a trama felizmente entra dentro dos aspectos positivos em múltiplos fatores, como a excelente qualidade de animação, mescla de momentos de comédia e tensão, coreografia das lutas muito bem executada. São aspectos que já foram vistos dentro da primeira temporada, mas que ainda mantém por muito o nível no filme.

De aspectos novos, com certeza o destaque vai para Jiji e o poder que ele ganha com o Olho Maligno. O visual é bem interessante, ainda mais com a entrevista pós filme, onde comentaram da escolha de cores entre um roxo azulado para fazer um contraste com Okarun, que tem seus poderes mais próximos do vermelho. Ainda há o gosto de Jiji por futebol adicionado ao poder, o que foi de uma criatividade bem interessante de assistir.

A própria história de fundo do Olho Maligno é uma adição bem interessante. Não acho que ela seja tão impactante igual à Acrobática Sedosa, apresentada no oitavo episódio, mas é legal que as assombrações também tenham seu respectivo desenvolvimento, e não ser apenas um inimigo que se destaca pelo visual.

Dan Da Dan: Evil Eye diverte e mantém o padrão que foi apresentado no anime. No entanto, há alguns erros graves que são cometidos, indo desde os que se encaixam na estruturação de um filme, com recapitulações desnecessariamente longas e um final que apenas serve de cliffhanger para a segunda temporada; até os problemas mais sérios, com cenas que remetem a temas sensíveis, que aparecem de forma gratuita e sem propósito na história.