Com humor, porém com um tom melancólico e sério, Divertida Mente volta com mais uma sequência. Na trama, Riley enfrenta uma nova fase da vida: a adolescência. Entretanto, não é só a menina que passa por mudanças. Com o amadurecimento de Riley(Kaitlyn Dias), novas emoções surgem: Ansiedade, Vergonha, Tédio e Inveja. A Alegria (Amy Poehler), Tristeza (Phyllis Smith), Raiva, Medo (Tony Hale) e Nojinho (Liza Lapira) não sabem como lidar com essa situação.
Divertida Mente 2 consegue mais uma vez surpreender o público com uma história divertida, engraçada e ao mesmo tempo emocionante com uma mensagem fortíssima. A trama promete tirar altas risadas e ,dependendo de alguns, lágrimas
É uma história que agrada tanto as crianças, quanto principalmente os adultos. O filme envolve a atenção do espectador do início ao fim independente da idade. Apesar de breve, foi interessante como o filme experimentou diferentes estilos de animação em novos personagens.
O filme mostra como a ansiedade, principalmente no momento da transição da infância para a adolescência, pode tomar o nosso autocontrole nos levar a tomar péssimas atitudes, no desespero de buscarmos sermos aceitos ou pelo medo de ficarmos sozinhos. Foi muito interessante como o longa desenvolveu a Ansiedade na trama. A personagem é colocada inicialmente de forma “positiva”(entre muitas aspas), como se fosse uma emoção nos que ajuda a prepararmos para as possíveis situações futuras e possíveis erros. Entretanto, como esperado, é mostrada a sua verdadeira face: ela é algo que faz a gente duvidar da nossa própria capacidade e se deixarmos, pode nos consumir e nos prender num ciclo vicioso de grandes “e se…”. Um ponto a destacar foi a dublagem da Tatá Werneck como a personagem. Ela incorporou totalmente a Ansiedade e entregou uma boa atuação.
A trama traz uma nova versão da Alegria: um personagem muito mais maduro e mais complexo. Ela entende que cada emoção é fundamental na vida humana( no caso dela, na vida de Riley) e está mais disposta a escutar, ceder quando necessário. Porém, por mais que a Alegria esteja com bem mais maturidade e seja uma emoção humana, é interessante como ela ainda tinha mais coisa a aprender sobre a vida, mesmo achando que já sabia de tudo.
Também foi muito interessante em como foi abordada a maturidade. Nós viramos seres mais complexos com o passar do tempo, porque passamos a ter mais consciência de tudo e todos ao nosso redor. Isso nos exige realmente emoções mais complexas para lidar com a vida, entendermos como ela é e também para podermos aproveitá-la. Porém, conforme crescemos, também ficamos mais angustiados com o futuro, por não conseguirmos saber o que será, junto com o medo de não nos encaixarmos. Isso é o palco perfeito para a ansiedade.
Entretanto, apesar do surgimento de novas emoções ser uma metáfora para a complexidade vinda do amadurecimento, o filme mostra como que os sentimentos básicos, Alegria, Tristeza, Raiva,Medo e Nojinho também podem ser mais complexos do que parecem. A trama apresentou uma versão mais “humana” delas e provou que não necessariamente elas deveriam ser somente o que estavam destinadas a serem: vimos a Alegria triste, o Raiva feliz e esperançoso, a Tristeza um pouco alegre, a Vergonha menos tímida. Isso lembra até a lição do primeiro filme e que também é propagada na continuação: ninguém é feliz 100% do tempo, mas também ninguém é sempre triste, raivoso etc.
Divertida Mente 2 veio com uma boa proposta e entregou muito mais do que prometeu. Com momentos de humor e seriedade, o filme passa de forma emocionante uma forte mensagem sobre a vida. O filme consegue prender a atenção tanto do público jovem, quanto do adulto. O longa estreou na semana passada e ainda está em cartaz. Acesse o Ingresso.Com para garantir seu lugar.