F1: Drive To Survive é aquela série da Netflix criada para aproximar o público dos pilotos e chefes de equipes que comandam o esporte motorizado mais lucrativo do mundo. Chegando agora numa sétima temporada a série se mostra eficiente no que propõe, mas ao mesmo tempo desagrada os mais fanáticos em alguns pontos.
Essa temporada pode ser dividida em duas: uma parte bem focada nos pilotos mostrando a tensão das corridas e as rivalidades entre eles; e uma outra parte foi direcionada aos dirigentes das equipes e seus dilemas desde escolha dos pilotos para o ano de 2025 ou assuntos mais graves como acusações e investigações internas como na Red Bull.
Dissecando o que seria essa primeira parte temos episódios focados em Lando Norris, piloto da McLaren, que era considerado azarento e nunca havia vencido uma corrida e, coincidentemente ou não, a equipe da Netflix o estava acompanhando quando venceu a etapa de Miami. Outro piloto que tinha uma péssima fama e dessa vez correndo em casa era Charles Leclerc, da Ferrari. O Monegasco já havia marcado a pole position em 2021 e 2022, mas por erros mecânicos e de estratégia havia falhado em manter a posição. Novamente com a Netflix ao seu lado durante o GP o piloto finalmente venceu em casa na corrida de número 70 no Principado.
Mas o piloto que teve um episódio para si e esperava muito mais era Sérgio Pérez, então membro da Red Bull Racing. O mesmo estava em uma temporada decepcionante para a equipe, não pontuava e não ajudava o companheiro Max Verstappen atrapalhando o caminho dos rivais nas corridas em si, então o mesmo lutava por sua própria sobrevivência na categoria.
Além do próprio piloto, este episódio foi decepcionante pois não foi tão explorado. Não há momentos de bastidores das conversas com o chefe de equipe Christian Horner e o consultor polêmico Helmut Marko. Basicamente não há filmagens fora do ambiente de corrida.

Blindagem contra a Netflix?
Há também uma seção que mostra o dilema de Toto Wolff, diretor da Mercedes, que tem a missão de encontrar um substituto para Lewis Hamilton, que estava de saída para a Ferrari. Em outro episódio, o público recebe uma história dividida entre o piloto Carlos Sainz e o chefe de equipe James Vowles que mostra a perspectiva dos dois até que os interesses acabam se encontrando e o piloto acerte com a Williams.
Com tantas temporadas do seriado parece que todos que circulam no paddock tem ciência que são gravados e não há tanta exibição de conversa paralela, vazamento de informações ou até mesmo maiores demonstrações de emoções exageradas sejam elas momentos de fúria ou alegria. É como se todos ali soubessem que são parte do espetáculo, mas ninguém quer ser o ator principal com alguma polêmica.
Outro episódio que poderia ser melhor explorado era aquele focado em Christian Horner e no caso de uma das funcionárias da Red Bull o acusou de assédio. Não espere a revelação de algum documento ou áudio comprometedor aqui pois dada a complexidade que foi o caso aparentemente até a Netflix quis ficar isenta e nada de novo surgiu.
F1: Drive To Survive ainda vale a pena?
Para os mais assíduos da F1 a série serve principalmente para relembrar um pouco a temporada anterior funcionando como um aquecimento para a temporada de 2025, mas aos poucos vai perdendo a graça pois acaba trazendo nada revelador ou bombástico. Para os novos fãs, o seriado ainda é um atrativo e tanto dada a beleza das imagens e a intenção da Netflix em nos aproximar das equipes, pilotos e até criar rivalidades.
A nova temporada de Drive To Survive tem 10 episódios e todos disponíveis na Netflix.