Quarteto Fantástico: Primeiros Passos chegou aos cinemas no dia 24 de julho, dirigido por Matt Shakman (Wandavision), trazendo pela primeira vez a família mais icônica da Marvel dentro do MCU. Eles são os únicos protetores da Terra-828, e devem enfrentar a vinda de Galactus (Ralph Ineson) e sua arauta, Surfista Prateada (Julia Garner).

O primeiro ponto de destaque que o filme merece é justamente a escolha da trama se passar em uma realidade alternativa ao que já vem sendo apresentada no MCU. Isso permite a escolha de uma estética própria muito charmosa, e acima de tudo, permite que seja apenas uma história do Quarteto Fantástico, sem que haja a necessidade de conectar com os vários filmes de todo o universo da Marvel.
Outra consequência positiva da realidade paralela é o tempo para desenvolver os membros do Quarteto, e principalmente a dinâmica entre família. Mesmo sendo o primeiro filme deles juntos, já é possível ver muita mais química em relação aos filmes anteriores, produzidos pela Fox. Acho que o membro que tivesse mais dificuldade de ver como o personagem foi o Pedro Pascal como Reed Richards, mas acho que isso vem mais pela sua frequente participação em outras obras recentes do que seu desempenho atuando em si.
Os vilões do filme também são pontos positivos, mas com algumas ressalvas. Finalmente temos uma boa adaptação do Galactus, seguindo os padrões dos quadrinhos, mas sem perder a imponência o medo de ser o mais próximo de uma criatura “lovecraftiana” dentro da Marvel. A Surfista Prateada também está muito intimidadora, e achei impressionante que eles realmente trouxeram elementos dos quadrinhos quando Shalla-bal assume o manto, como a busca de Galactus por Franklin Richards para ser seu substituto. Essa escolha não só traz uma nova cara aos filmes como também permite a aparição de Norrin Radd (Surfista Prateado original) no futuro.
A única questão que tenho com os vilões do filme são as formas que eles são derrotados. Já é de senso comum que a figura do Surfista Prateado é mais um aliado do que vilão do Quarteto Fantástico, e há essa reviravolta contra o Galactus. No entanto, sinto que a Surfista desse filme é convencida com muita facilidade. É uma personagem boa, mas com a sensação que poderia ser melhor explorada.
Por fim, há a própria vitória contra o Galactus. Sempre gosto de premissas que discutem como é possível derrotar entidades praticamente imortais, mas a solução dada pelo filme é um tanto simplória. Tudo bem que a Marvel no geral nunca se apegou muito a debates mais complexos envolvendo ficção científica (como a descoberta da viagem do tempo em Vingadores: Ultimato, que nunca mais aparece em outras histórias), mas ainda assim a banalização de conceitos como teletransporte é uma solução muito facilitada de roteiro.
Quarteto Fantástico: Primeiros Passos traz um frescor dentro do MCU, pensando na quantidade de filmes ruins apresentados recentemente. O filme apresenta uma nova realidade com uma estética e tramas que não dependem de outros filmes. É triste pensar que isso provavelmente não será tão explorado no futuro, já que tudo se conectará de novo em Vingadores: Doomsday, mas por ora, temos um grupo com muita química e vilões interessantes, por mais que o roteiro peque em alguns momentos por ser simples demais.