A terceira e última temporada de Round 6 foi lançada no dia 27 de junho, com 6 episódios, exclusivamente do catálogo da Netflix. A história dá sequência direta aos acontecimentos da segunda temporada, quando Gi-Hun/ Jogador 456 lidera uma revolta no jogo, mas não consegue ter êxito.

Um problema que acontece logo no início é justamente o tempo de desilusão do Gi-Hun. Seria normal um devido tempo onde ele seria o impacto do fracasso visto anteriormente, mas sinto que a série perde muito tempo com ele nesse estado, sendo quase um personagem nulo por boa parte dos episódios. O protagonista da série só volta a ficar interessante entre o episódio 3 e 4, quando ele tem a missão de proteger a bebê.

Se o protagonista não se destaca nessse início de temporada, temos o desenvolvimento de um dos melhores núcleos de personagens de toda a série, formado por Jun-hee(222), Hyun-ju (120) e Jang Geum-ja (149). É bonito ver como o trio se une nos momentos mais dificeis, mesmo sendo um grupo extremamente arriscado para ficar junto nos jogos, por ter uma mulher grávida e uma idosa. Acredito que o melhor episódio da temporada (e um dos melhores da série) tenha sido o segundo, muito por conta delas.

Outra qualidade que Round 6 retoma após muitas críticas feitas na segunda temporada é a criatividade com os jogos. Por mais que ainda sejam poucos se comparados com os feitos na primeira temporada, é muito legal ver como eles retomam a temática de brincadeiras infantis, mas de forma muito sombria, como o Esconde-Esconde e Pula Corda. Além disso, a escolha de mostrar apenas um trecho do novo jogo no final do episódio gerou excelentes cliffhangers.

Durante o jogo final, decisões acontecem de forma apenas para seguir uma estrutura conveniente do roteiro. O exemplo mais claro disso é o último jogo, onde as pessoas começam a morrer das formas mais estupidas apenas para ficar o embate final óbvio entre Gi-hun e Myung-gi (333). Acho que as única mortes bem feitas foram do próprio Myung-gi, que foi desperdiçada porque o botão não havia sido ligado; e Gi-hun com sacrifício heróico que por alguns momentos cheguei a duvidar que a série teria essa coragem.

A série poderia ter um desfecho interessante, ainda que com problemas, mas o que vem de mais grave são os arcos trabalhados desde a primeira temporada que não chegam a lugar algum, sendo o mais evidente a busca do policial Hwang Jun-ho pelo seu irmão. A busca literalmente não consegue fazer nada, não há o confronto direto entre os irmãos, e a motivação de Hwang In-ho permaneceu extremamente confusa, mesmo com a série tendo se encerrado.

Round 6 chega à sua última temporada com grandes momentos, mas que infelizmente são atrapalhados por uma trama que não sabe qual é o ponto que quer chegar. Ainda há a possibilidade de spin-offs (como a cena final com a Cate Blanchett), mas não acredito que há algo que possa ser contado de interessante que já não deveria estar incluso na série principal.