Sandman teve seu último episódio lançado no dia 31 de julho. Apesar do quadrinho homônimo escrito por Neil Gaiman ser muito maior, a série optou por contar uma história mais curta, focando apenas na jornada de Morpheus (Tom Sturridge). Não sabemos se isso realmente foi uma estratégia que já seria usada pela Netflix desde a primeira temporada ou uma alternativa de emergência em meio às acusações envolvendo Neil Gaiman.

A segunda temporada já começa com a primeira reunião dos Perpétuos desde séculos, em um cenário onde Destruição (Barry Sloane) abdicou de seu cargo e não está mais presente com a família. É uma abertura bem interessante, pois finalmente conseguimos ver praticamente todos os Perpétuos, o que era algo que gerava curiosidade desde a primeira temporada, e podemos rever excelentes personagens, como a Morte (Kirby Howell-Baptiste), e ser apresentado a novos igualmente bons, como Delírio (Esme Creed-Miles).
Assim como a primeira temporada, temos tramas quase isoladas e outras que se seguem ao longo de toda a narrativa. Isso permite momentos interessantes, como o novo “duelo” entre Morpheus e Lúcifer (Gwendoline Christie) ou toda a subtrama de Wanda (Indya Moore), mas sinto que algumas histórias aparecem e somem de forma abrupta, como Orfeu (Ruairi O’Connor) e Nada (Umulisa Gahiga), que são citados poucas vezes anteriormente e de repente se tornam o cerne principal, mas o caso que mais me incomodou foi com Nuala (Ann Skelly), que é uma excelente personagem, mas em alguns momentos parece deslocada da trama principal.
Por outro lado, há também o resgate de antigos personagens que funcionam muito bem nessa nova história, se não são até melhores. Acho que o exemplo mais claro é a dinâmica entre Johanna Constantine (Jenna Coleman) e Coríntio (Boyd Holbrook). Por sinal, que forma criativa e excelente para trazer o personagem novamente, mostrando uma nova vertente muito mais carismática.
Sandman é uma série que poderia adaptar mais coisas, mas consegue ser muito assertiva dentro da sua proposta. Assim como temos um tom mais melancólico no último episódio, ficamos com essa sensação, já que foi uma jornada excelente de se acompanhar com aquele gosto de “queria mais”, pensando também na possibilidade da série ter se encerrado por questões externas. Espero que a série sirva como um convite para as pessoas conhecerem e se aprofundarem no material original.