Os seres alienígenas estão de volta e a única forma de sobreviver é ficar em completo silêncio. Terceiro filme da franquia, Um Lugar Silencioso: Dia Um mostra  toda a invasão alienígena: desde a chegada dos aliens no planeta Terra, até a ruína e colapso total da sociedade. Protagonizado por Lupita Nyong’o(12 anos de escravidão), compõe o elenco também Joseph Quinn(Stranger Things), Djimon Hounsou(Gladiador) e Alex Wolff(Jumanji).

O filme apresentou uma história muito bem elaborada e envolvente do início ao fim, com momentos tensos, cômicos e supostamente românticos. O diretor conseguiu criar uma boa atmosfera de suspense e construiu de pouco a pouco, a tensão dramática necessária para gerar aquela angústia e agonia no espectador.Ele mostrou como que através de uma boa seleção de atores e com a direção certa, o silêncio pode ser um excelente aliado na construção de um suspense e terror.  Mais uma vez, John Krasinski prova seu valor e potência atrás das câmeras.

Também é perceptível como que houve uma grande preocupação de John com o áudio. A parte sonora é uma das grandes qualidades dessa franquia em geral, não só por serem bem inseridas, mas também pela boa seleção, isto é, quais sons são os melhores para entrar no filme. Ele tem uma excelente percepção e sagacidade de articular o silêncio com o barulho, de saber quando usar o silêncio e quando usar o som, ou até ambos ao mesmo tempo. Neste longa não foi diferente. Esse foi o melhor na questão sonora, porque de toda a franquia, John Krasinski foi capaz de causar tensão quase todo o tempo com o silêncio e o áudio. A parte de som foi essencial para a construção do suspense e da angústia pela iminência do que poderia vir. 

John  Krasinski novamente “brinca” com o óbvio e o não óbvio. Isso causa propositalmente, aparentemente, uma confusão no espectador, o levando a não conseguir prever o que poderá acontecer. O diretor colocou jumpscares e momentos decisivos em cenas tanto já clichês e batidas, quanto em situações inesperadas. Além disso, é notável que de todos, esse filme foi o que teve a melhor fotografia. As imagens causam uma boa contradição: mostram o caos de forma bela.

A boa seleção de atores para Um Lugar Silencioso: Dia Um também foi fundamental para que a história fluísse bem, já que em boa parte do tempo, o filme se passa em completo silêncio. Lupita Nyong’o e Joseph Quinn tiveram uma boa química, e o mais interessante é como eles conseguiram transmitir essa energia tanto verbalmente quanto somente por gestos e expressões corporais, mostrando a potência de ambos como artistas e como ideais para protagonizarem o longa. Apesar do pouco tempo de tela, Alex Wolff e Djimon Hounsou também deixaram sua marca. Todos eles têm uma grande “bagagem” em Hollywood, os tornando boas decisões para compor o elenco.

Entretanto, apesar de ter sido um filme bem elaborado e construído no quesito suspense, ele caí numa ”repetição”. A proposta era mostrar o primeiro dia do apocalipse, entretanto a situação foi já apresentada anteriormente na franquia, então esse deveria vir com algo diferente. Acabou que foi quase a “mesma história” mas com protagonistas diferentes. Por ser o terceiro longa, ele poderia ter explorado de forma mais detalhada como que os seres alienígenas chegaram, de onde eles surgiram, e como a humanidade descobriu formas de sobreviver a eles.

Além disso, por mais envolvente que a história tenha sido, o final ficou um pouco arrastado, dava para ter concluído antes. Também tiveram situações que não foram explicadas, deixando pontas soltas na trama.

Um Lugar Silencioso: Dia Um novamente teve uma história bem elaborada e conseguiu  causar aquela angústia e ansiedade com momentos dramáticos e de suspenses bem construídos. Com uma boa seleção de atores e sonora, John Krasinski mais uma vez prova seu valor como diretor. Entretanto, a trama acaba caindo numa repetição e perde a oportunidade de ter explicado a origem dos seres alienígenas, deixando algumas pontas soltas. O filme ainda está em cartaz. Adquira seu lugar no Ingresso.Com.