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still do filme zé

“ZÉ” e a incansável luta pela liberdade

ZÉ, o novo longa da Emabaúba Filmes, conta a história de José Carlos da Mata Machado. Ele era um importante líder do movimento estudantil durante a ditadura militar no Brasil. Anna Flávia Dias Sales e Rafael Conde escreveram o roteiro inspirado no livro “Zé”, de Samarone Lima. É uma história baseada em fatos reais.

O filme narra a trajetória de José Carlos, que se dedicou à conscientização política dos mais pobres no Nordeste após ser perseguido pelo regime militar. Ele viveu anos na clandestinidade enquanto lutava pelo Brasil.

O longa tem produção de Samantha Capdeville, fotografia de Luís Abramo e direção de arte de Oswaldo Lioi. “ZÉ” tem no elenco, Caio Horowicz, que faz o papel principal, Eduarda Fernandes, Samantha Jones, Rafael Protzner e Yara de Novaes.

diretor rafael conde

Rafael Conde, o diretor do filme, graduou-se em Ciências Econômicas pela UFMG, fez mestrado em Artes/Cinema pela USP e concluiu doutorado em Artes Cênicas pela UNIRIO, com bolsa sanduíche em Performance Studies na NYU. Cursou o pós-doutorado na Escola de Comunicações e Artes da USP. Dirigiu documentários e programas jornalísticos para a Rede Minas de Televisão. Foi coordenador do Cine Humberto Mauro e Setor de Cinema da Fundação Clóvis Salgado BH/MG. É professor do Programa de Pós-graduação em Artes da Escola de Belas Artes/UFMG.

Sessões especiais

O filme terá pré-estreia em alguns cinemas. As sessões já confirmadas são as seguintes:

  • No dia 26 de agosto (segunda-feira), será em Brasília, no Cine Cultura Liberty Mall, às 19h30. Após a exibição, haverá um bate-papo com a presença do diretor Rafael Conde, do escritor Nilmário Miranda, além de Hélio Doyle, jornalista e ex-militante da ala vermelha, com mediação do poeta e ex-militante da ALN Hamilton Pereira.
  • No dia 27 de agosto (terça-feira), às 19h, a Estação NET Rio contará com um bate-papo especial após a exibição do filme. O evento terá a presença de Caio Horowicz, que interpreta o protagonista José Carlos da Mata Machado, e Samantha Jones, que interpreta a militante Grauninha. Além deles, também estará presente o diretor Rafael Conde.
  • No dia 28 de agosto (quarta-feira), às 21h20 no Espaço de Cinema Augusta. O diretor Rafael Conde estará presente para um bate-papo exclusivo após a sessão, junto a Samarone Lima, escritor e jornalista. 
  • No dia 29 de agosto (quinta-feira) é o dia da estreia e a sessão especial será em Belo Horizonte, Una Cine Belas Artes às 20h30, com a presença do diretor e equipe do filme.

ZÉ é um filme extremamente forte, além disso, evita muitos dos clichês típicos do gênero. Ao evitar mostrar os conflitos armados por grande parte da história, o filme nos coloca quase na mesma situação de Zé e Bete, sem informações e completamente excluídos da narrativa dos grandes centros do país.

Para os personagens, no Nordeste, a luta pela sobrevivência dos subversivos existe, mas a busca por liberdade fica quase em segundo plano, quando a miséria e a fome se apresentam como obstáculos reais. Obstáculos esses que atrapalham diretamente a capacidade deles de atuar dentro do movimento.

Um ponto bem interessante do filme é que ele apresenta o amor como uma grande força, ajudando os personagens a manterem a coragem e vontade de lutar. No entanto, é também uma fraqueza. Em um mundo em guerra, amar e confiar em quem se ama, pode se voltar contra nós. Tal qual acontece com Bete e Zé.

still de zé
Caio Horowicz, Eduarda Fernandes e Samantha Jones

O que aprendi com ele

Uma das falas de Zé ficou comigo muito após sua cena de exibição. Ele diz “aqui está o futuro” sobre o Nordeste. Lá, ele percebe a chama revolucionária e como as pessoas estão abertas para lutar pelo país. Ele estava certo. Hoje, 60 anos após o início da ditadura no Brasil, percebe-se como os votos do Nordeste mudaram o rumo da eleição em 2022. O Nordeste se levantou e lutou nas urnas, talvez, provando o ponto de Zé de que o povo é a revolução.

Gostaria de terminar ressaltando a grande atuação de Caio Horowicz que comoveu em diversos momentos, mas em especial durante suas cartas para sua família. A decisão de colocar o ator olhando diretamente para a câmera ao invés de um voice over enquanto os pais liam sua carta foi, em minha opinião, uma das mais bonitas do filme. Assim como a cena final. O impacto é maior e a intensidade fica muito após aqueles segundos se passarem.

Do Zé, levamos inspiração e o entendimento de que a busca por nossos ideais é contínua.

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