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Cinema Novo: Origens, Fases e Legado do movimento

O Cinema Novo, movimento cinematográfico das décadas de 1960 e 1970, destacou-se por sua abordagem realista e crítica das questões sociais e políticas do Brasil. Inspirado pelo neorrealismo italiano e pela Nouvelle Vague francesa, buscou retratar a realidade brasileira de forma autêntica, enfocando temas como pobreza, desigualdade social e opressão. Para os adeptos deste movimento bastava uma câmera na mão e uma ideia na cabeça.

Origens e Contexto Histórico

No final dos anos 1950, cineastas brasileiros começaram a questionar o cinema comercial dominante, que frequentemente imitava os padrões de Hollywood. Além das dificuldades financeiras para a produção dos filmes, fortalecia-se um pensamento nacionalista. Os artistas rejeitavam a influência estrangeira, defendendo um cinema que mostrasse o Brasil como ele realmente era, com todas as suas dores e alegrias.

As discussões sobre a identidade do cinema brasileiro já vinham sendo travadas há algum tempo. Um marco importante nesse debate foi o 1º Congresso Brasileiro de Cinema, realizado em dezembro de 1952 no Rio de Janeiro. O evento reuniu importantes nomes do setor, como Moacyr Fenelon, Alex Viany, Nelson Pereira dos Santos, Carlos Ortiz e Marcos Margulié. Eles debateram desafios logísticos e ideológicos da produção nacional. Misturando influências externas, como o Neorrealismo Italiano e a Nouvelle Vague, os cineastas do Cinema Novo não tinham como prioridade um refinamento técnico exagerado ou roteiros muito ensaiados e introspectivos. O grupo, de perfil mais contestador, se distanciou de cineastas como Anselmo Duarte, mesmo após seu reconhecimento com O Pagador de Promessas, e manteve certa reserva em relação ao rigor formal do iniciante Walter Hugo Khouri, cujas influências bergmanianas destoavam da estética proposta pelo movimento.

Cinema Novo Brasileiro

Fases do Cinema Novo

O Cinema Novo pode ser dividido em três momentos distintos, que se estendem pela década de 1960.

Primeira Fase (1960-1964) Marcada por forte influência do neorrealismo, essa fase abordou temas como a miséria e a exploração no sertão nordestino. Obras como Vidas Secas (1963), de Nelson Pereira dos Santos, e Deus e o Diabo na Terra do Sol 1964), de Glauber Rocha, se destacaram por seu baixo orçamento, cenários naturais e uso de atores não profissionais, buscando capturar a realidade brasileira de forma crua e impactante.

Segunda Fase (1964-1968) Com o golpe militar de 1964, o Cinema Novo se tornou ainda mais politizado, refletindo sobre a repressão e a censura. Os cineastas passaram a questionar não apenas a política do país, mas também a própria eficácia do cinema como ferramenta de transformação social. Nesse período, Terra em Transe (1967), de Glauber Rocha, se destacou ao abordar a complexidade das relações de poder no Brasil.

Terceira Fase (1968-1972) Essa etapa incorporou elementos do movimento tropicalista, adotando uma estética mais experimental e satírica. O humor e a crítica social se tornaram mais evidentes, como em Macunaíma (1969), de Joaquim Pedro de Andrade. O filme ironizava a identidade nacional por meio de um protagonista cômico e surreal.

O Legado do Cinema Novo

O Cinema Novo não se limitou a um estilo cinematográfico, mas se consolidou como um movimento de renovação cultural e política. Os cineastas buscavam mostrar a sociedade brasileira a partir de suas vivências cotidianas. Suas visões eram sem filtros ou embelezamentos, criando um cinema que era ao mesmo tempo uma forma de arte e um instrumento de conscientização. Com uma abordagem próxima do documentário, o Cinema Novo fez do povo seu protagonista e do hiper-realismo sua marca registrada. Mesmo após seu declínio como movimento coeso, sua influência se espalhou pelo cinema brasileiro, sendo referência para gerações futuras de cineastas.

Esses artistas filmavam muitas vezes com recursos tão precários que seu lema era uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”. E não precisaram mesmo de muito mais que isso para fazer sucesso lá fora. Glauber ganhou o prêmio de melhor diretor no Festival de Cannes, em 1968, por seu filme O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro. Ainda teve suas produções indicadas três vezes para a Palma de Ouro, conhecida como o Oscar francês.

cinema novo

O movimento está sendo retratado na novela “Garota do Momento”, ambientada entre a década de 50 e 60, período de efervescência cultural no Brasil, incluindo o surgimento do Cinema Novo. O personagem Beto (Pedro Novaes) está sendo o fio condutor da narrativa sobre o Cinema Novo na trama.

Garota do Momento” tem sido reconhecida internacionalmente, recebendo destaque por sua representação autêntica da sociedade brasileira da época e por abordar questões sociais relevantes, como racismo, sexismo, personalidades históricas, como Ruth de Souza e fatos da nossa história nacional, como o aqui citado Cinema Novo.

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