Um FPS competitivo onde dois times de 5 players disputam o controle de um bomb-site divididos em time de ataque e defesa? E se complementar dizendo que o Brasil é uma das (se não a maior) referência em jogadores do mundo? Pensou que estavamos falando de CS? Achou errado (inserir referência ao Choque de Cultura)! O assunto de hoje é Rainbow Six Siege e – para isso – conversamos com o coach brasileiro que já trabalhou tanto no Brasil, quanto na liga MENA (Oriente Médio) e agora na Liga Japonesa! Daigo “Liddel” Motoki é o nosso convidado para contar um pouco sobre o cenário internacional e como é ser um brasileiro em cenários completamente diferentes do nosso!
Tendo iniciado sua carreira no Tier 3 brasileiro, escalando até onde está hoje, Liddel é formado em psicologia e técnico de R6 com anos de experiência. O principal destaque de sua carreira é o trabalho em países fora do eixo de Tier 1, levando times de desempenho mediano à competição pelo seed 1/2 de suas regiões. Desde o início de 2021, nosso “personagem” carioca sempre buscou excelência nas suas entregas e, em dois anos de atuação profissional, já conseguira uma vaga para o competitivo internacional. Com a experiência de lá, Liddel nos conta um pouco sobre como é a rotina, costumes e os motivos de brasileiros serem tão requisitados fora do país no Rainbow Six Siege
Durante a entrevista exclusiva com a equipe da Black, Liddel conta que não há espaço suficiente dentro do cenário brasileiro para novos talentos. O mercado local já é saturado de grandes talentos e novas oportunidades acontecem fora do país, levando a experiência e dedicação brasileiras para regiões que ainda estão em desenvolvimento dentro do e-sport. Sendo Liddel, o Oriente Médio “é a região que hoje mais investe na profissionalização do esporte eletrônico (e esporte num geral) já que a principal fonte de renda da região um dia acabará”. Portanto, a presença de nomes referência dentro das ligas regionais é essencial para o desenvolvimento. Quando perguntado sobre a rotina de lá, Daigo conta à equipe da Black que a realidade é, na verdade, muito mais tranquila do que a nossa com relação a horas trabalhadas, intensidade de trabalho e muito mais.
Fora o Oriente Médio, onde trabalhou na Onyx Ravens, pela qual quase se classificou para o Six Invitational (Major). Com a convivência lá, o coach conta o quanto os “imports” são cobiçados e importantes para o desenvolvimento técnico da região, mas também como ele priorizou aprimorar os talentos da casa: “eu conversei com o manager do time e disse que não queria que trouxessem imports. A ideia era fazer com que os players locais alcançassem o nível que precisavam para disputar com os times que gastaram muito, trazendo jogadores de fora”.
Agora o brazuca serve o time japonês KINOTROPE Gaming, pelo qual também já conquistou um vice na liga nacional e está perto de alcançar o Major novamente! Segundo o coach “brasigringo”, trabalhar com o time japonês também é extremamente diferente do que é comum no Brasil. Mesmo podendo trabalhar daqui e atendendo ao fuso do Japão, a maior dificuldade ainda é o relacionamento interpessoal: “cada time que eu passei foi uma experiência. Todos admiram muito o jeito que o brasileiro é. No Japão com certeza foi a experiência mais difícil, não tenho dúvida. Eu imaginei que seria fácil porque eu fui criado por um japonês. Eu sou Nissei (descendente direto). Mas é diferente quando você está lá direto com eles, já que a cultura é bizarramente diferente. Eles são extremamente indiretos e não são transparentes. É uma língua que as coisas ficam muito no contexto. E a gente no Brasil não gosta muito disso, como aquela frase ‘como é que eu vou adivinhar’ né? Lá você tem que ‘adivinhar’ porque eles se comunicam por onomatopéias ou expressões mesmo” contou Liddel.
Mesmo assim, a conversa com o coach mostrou que – mesmo com as diferentes formas de trabalhar nos diversos lugares – o Brasil ainda é a referência neste e-sport que tanto nos trouxe títulos e reconhecimento internacional mas que, internamente, ainda não alcançou o potencial que poderia ter. o Rainbow Six já trouxe, inclusive, uma final de Major nacional! Isso mesmo, dois times compostos por brasileiros protagonizaram a série mais importante do cenário mundial de R6 e só confirmaram o favoritismo tupiniquim na modalidade.
Acesse os canais oficiais da Ubisoft e Rainbow Six estão sempre trazendo novos conteúdos, bem como transmissões de jogos (um salve para nosso parceiro Luke!) – e a Black com as notícias sobre o mundo dos games, é claro! – para se interar deste esporte eletrônico que domina o mundo com a bandeira do Brasil no seu ranking mais alto!
A equipe da Black traz agradecimentos especiais ao coach Daigo “Liddel” pela calorosa conversa e deseja ver sempre mais e mais brasileiros como Liddel dominando o mundo dos e-sports internacionalmente! Para mais notícias sobre Rainbow 6 e outros esportes eletrônicos, fique de olho no nosso portal e redes sociais!