O último a sair apaga luz, já diz o ditado. Mas será que isso se aplicará ao cenário de VALORANT? É difícil prever o futuro, mas tudo indica que sim.
Um ecossistema não sobrevive muito tempo sem a base. Portanto, é importante manter a base forte, para que o topo da pirâmide se permaneça sem se colapsar. Contudo, como é possível aplicar isso ao ecossistema competitivo de VALORANT?
É muito simples e fácil ser “engenheiro de obra pronta” e apontar somente o que eles vêm fazendo de errado. Entretanto, é notório que o formato atual “matou” o surgimento de novas equipes e o surgimento de novos jogadores. O Tier 2 não se sustena (principalmente no Brasil) e, consequentemente, não temos novos times se pondo ao posto de bater de frente com os campeões. Os jogadores novatos enfrentam praticamente o mesmo problema, pois por mais que se destaquem não terão locais para mostrar que seu estilo tem valor.
A Festa do VALORANT virou Enterro
O início do cenário parecia bastante promissor, com várias previsões de que o jogo da Riot Games iria silenciar o jogo da concorrente. As previsões inciais se mostravam corretas e praticamente obrigou o CS2 “ver a luz do dia” mais cedo que o se pensava e com mudanças significativas. A Valve se rendeu aos 13 rounds e diminiu consideravelmente a duração das partidas de CS, em que vários torneios já chegaram a durar horas. Vale ressaltar, que a própria Valve tratou o Counter-Strike com descaso em diversos momentos e a comunidade que manteve o jogo existindo. O fato do circuito ser aberto ajudou nessa equação de sobrevivência do ecossistema. Contudo, algumas mudanças recentes fizeram o cenário se mobilizar para evitar alguma catástrofe.
Entretanto, no fps da Riot, o início promissor acabou e implementou-se o sistema de franquias. Talvez, a implementação do atual modelo no League of Legends (nas Américas principalmente) será uma correção ao modelo utilizado no VALORANT, pois ainda manterá uma divisão regional entre o Sul e o Norte do continente. Essa divisão é importante para o funcionamento do ecossistema, pois respeita não só a barreira geográfica como possibilita, pelo menos, a permanência de diversas equipes que são tradicionais em diversos eSports.
Há esperanças para o Vava?
Se, o que será implementado no League, dará certo – só o tempo dirá. Entretanto, parece mais promissor que o cenário de VALORANT. Contudo, é fato que o atual formato fez equipes decidirem abandonar o cenário. O caso mais recente foi a Red Canids, uma das equipes brasileiras mais conhecidas nos eSports, dispensar sua line up do FPS, pois não está sustentável para os cofres da equipe. O movimento vem se repetindo no Brasil, no LATAM e em outras regiões.
Entretanto, até mesmo quem faz parte das franquias está sofrendo com o atual formato. Um time que disputa o VCT Americas e não se classificou para o Champions está com o segundo semestre comprometido, pois praticamente está de férias. As criaçoes de torneios offseaons podem parecer uma boa solução, mas são paliativos perante um ecossistema que tende a entrar em colapso.
Será que voltar atrás é uma boa solução?
O primeiro sistema parecia o melhor para um circuito semi-fechado como é o do VALORANT. As regiões tinham mais “liberades para sobreviverem a sua maneira” e jogadores não precisava se preocupar somente em se desenvolver pessoalmente. Para além do sonho de subir vários degraus com seus amigos, os jogadores também tinham que se desenvolver como times, pois as possibilidades de novas equipes surgindo eram altas. Contudo, sabemos que não terá volta, então uma saída é o já citado novo formato que surgirá no LoL. Entretanto, para além do eSport, o jogo precisa também de um cuidado como um todo.
Será que ainda dá tempo da Riot Games reviver a chama de quando surgiu o VALORANT? Um jogo que, mesmo durante uma pandemia, arrebatou milhões quando surgiu, mas que aos poucos “vê seu irmão mais velho” se tornando mais bem sucedido e seus concorrentes voltando aos holofotes. Bom, para nós que acompanhamos o cenário, o mínimo que for, só resta esperar os novos capítulos desta novela.